A ordem para deixar os 13 quilos de explosivos em automóvel estacionado na rua lateral da Assembleia Legislativa (AL) do Ceará, na noite de segunda-feira, 4, teria partido da Penitenciária Francisco Hélio Viana de Araújo, em Pacatuba, segundo as investigações da Polícia.
Por volta das 18 horas de ontem, foi realizada vistoria em 20 celas da unidade prisional. Foram apreendidos cerca de 25 telefones celulares e outros materiais. A operação procurava justamente os aparelhos telefônicos, que serão analisados em busca de mensagens.
A ação de ontem teve participação da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Coordenadoria de Inteligência (Coin), Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social e Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), do Batalhão de Choque.
Investigação
Como O POVO mostrou na última quarta-feira, 6, todas as 48 dinamites possuíam código de barras e nome do fabricante. Essas informações poderiam ser o primeiro passo para que a Polícia descobrisse de onde o material tinha sido retirado.
Os explosivos estavam junto de detonador e com 50 centímetros de estopim. Se houvesse chama, eles explodiriam.
Mensagem circulando nas redes sociais, de grupo denominado “O Crime no Ceará”, atribuía a ameaça de bomba à retaliação à lei proposta pelo governador Camilo Santana (PT), que obriga operadoras de telefonia a bloquear o sinal de celular nos presídios cearenses. A publicação no Facebook ocorreu horas antes de o carro com explosivos ser achado pela Polícia.
Na última segunda, o veículo, depois de roubado, foi deixado no estacionamento de táxis da Assembleia.
O Gate foi até o local e fez a remoção e a desconexão dos explosivos. A Polícia, que investiga roubos a pedreiras na Região Metropolitana, mandou periciar imagens das câmeras de monitoramento que flagraram o carro chegando ao local.
A Penitenciária
Francisco Helio Viana de Araújo, em Pacatuba, é uma unidade de segurança média. O POVO apurou que, há alguns meses, a Sejus proibiu mordomias experimentadas por presos que exercem liderança. Para lá, eram levados aparelhos de ar condicionado e geladeiras. A justificativa para entrada dos eletrodomésticos seria a de que o presídio é quente. A penitenciária tem capacidade para 500 condenados/regime fechado.
AUTOR: O POVO
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