Até o início da noite, três deles foram recapturados, segundo a Superintendência Estadual de Atendimento Socioeducativo. Com essa ação, sobe para 430 o número de jovens fugitivos do sistema socioeducacional em 2016, na capital cearense. O balanço é do juiz da 5ª Vara da Infância e Juventude de Fortaleza, Manuel Clístenes.
A fuga foi registrada por volta das 13 horas, depois que os adolescentes passaram o dia evitando os agentes socioeducativos, inclusive recusando o almoço. "Desde ontem havia uma movimentação estranha por parte dos adolescentes, que estavam rechaçando a presença dos agentes mais do que o normal. Não aceitaram o almoço, foi preciso a intervenção do diretor e da tropa de Choque. Quando eles iniciaram a rebelião, alegaram que era por causa da falta do almoço, uma situação que eles próprios causaram", relatou Clístenes.
Os adolescentes queimaram colchões, quebraram objetos, serraram grades e conseguiram abrir um buraco na muralha. O POVO Online apurou que alguns adolescentes, agentes socioieducadores e policiais tiveram ferimentos. Três jovens foram levados para responderem Ato Infracional por dano ao patrimônio público, ainda de acordo com Clístenes. Na semana, torneiras já haviam sido quebradas e alguns adolescentes ficaram sem banho.
"O número de rebeliões está impreciso neste ano porque as informações estão muito desencontradas. Mas, nos últimos dois meses, houve uma redução significativa no registro por causa das tropas de elite na área", descreveu o juiz.
Ainda assim, Clístenes afirma que o número de fugitivos é superior à soma dos dois últimos anos, quando foram contabilizados 200 e 150 adolescentes foragidos, em 2015 e 2014, respectivamente. Em 2016, além dos 430 foragidos em Fortaleza, também houve uma fuga de 55 adolescentes em Sobral.
A Superintendência Estadual de Atendimento Socioeducativo, criada em junho para conter a crise no sistema socioeducativo, não repassou maiores informações sobre a fuga, além do número de recapturados.
Para Clístenes, a falta de atividades educativas contribui para as rebeliões e conflitos dentro das unidades. "Não há mais superlotação, o Patativa está apenas um pouco acima da capacidade máxima, considerando que antes tinha até quatro vezes mais adolescentes. Mas, as atividades estão suspensas em todas as unidades. Isso aumenta o estresse, eles passam o dia presos sem fazer nada", aponta.
O juiz destaca ainda o "círculo vicioso" de destruição e reforma dos centros socioeducativos no Ceará. "O patativa está em reforma. Queimaram equipamentos colocados recentemente. Então, cada vez que o Estado começa a se aproximar [da manutenção], os adolescentes destroem o que foi reformado", completa.
AUTOR: O POVO
A fuga foi registrada por volta das 13 horas, depois que os adolescentes passaram o dia evitando os agentes socioeducativos, inclusive recusando o almoço. "Desde ontem havia uma movimentação estranha por parte dos adolescentes, que estavam rechaçando a presença dos agentes mais do que o normal. Não aceitaram o almoço, foi preciso a intervenção do diretor e da tropa de Choque. Quando eles iniciaram a rebelião, alegaram que era por causa da falta do almoço, uma situação que eles próprios causaram", relatou Clístenes.
Os adolescentes queimaram colchões, quebraram objetos, serraram grades e conseguiram abrir um buraco na muralha. O POVO Online apurou que alguns adolescentes, agentes socioieducadores e policiais tiveram ferimentos. Três jovens foram levados para responderem Ato Infracional por dano ao patrimônio público, ainda de acordo com Clístenes. Na semana, torneiras já haviam sido quebradas e alguns adolescentes ficaram sem banho.
"O número de rebeliões está impreciso neste ano porque as informações estão muito desencontradas. Mas, nos últimos dois meses, houve uma redução significativa no registro por causa das tropas de elite na área", descreveu o juiz.
Ainda assim, Clístenes afirma que o número de fugitivos é superior à soma dos dois últimos anos, quando foram contabilizados 200 e 150 adolescentes foragidos, em 2015 e 2014, respectivamente. Em 2016, além dos 430 foragidos em Fortaleza, também houve uma fuga de 55 adolescentes em Sobral.
A Superintendência Estadual de Atendimento Socioeducativo, criada em junho para conter a crise no sistema socioeducativo, não repassou maiores informações sobre a fuga, além do número de recapturados.
Para Clístenes, a falta de atividades educativas contribui para as rebeliões e conflitos dentro das unidades. "Não há mais superlotação, o Patativa está apenas um pouco acima da capacidade máxima, considerando que antes tinha até quatro vezes mais adolescentes. Mas, as atividades estão suspensas em todas as unidades. Isso aumenta o estresse, eles passam o dia presos sem fazer nada", aponta.
O juiz destaca ainda o "círculo vicioso" de destruição e reforma dos centros socioeducativos no Ceará. "O patativa está em reforma. Queimaram equipamentos colocados recentemente. Então, cada vez que o Estado começa a se aproximar [da manutenção], os adolescentes destroem o que foi reformado", completa.
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