Johney chegou com o bebê nos braços, acompanhado pela equipe da Polícia Civil, que investiga o caso.
O pai disse que não sabe por que a noiva simulou o desaparecimento da criança. “Eu não sei se ela tem problema de cabeça [...]”. O pai sorria o tempo todo em ter o filho novamente. “Querendo ou não agora ele está comigo”.
A Polícia Civil confirmou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (25), que a mãe do bebê que desapareceu em Belo Horizonte no último sábado (23) inventou que o filho teria sido roubado. As investigações apontam que o pai não teria envolvimento com o caso. Ele acionou a polícia para denunciar que a criança teria sido levada dos braços da mãe neste sábado, versão negada pela polícia. No falso relato, Renata Soares contou que saiu de casa em Contagem, na Região Metropolitana, por volta das 11h30 para ir ao centro da capital mineira.
Perto da rodoviária, Renata, com o bebê, teria sido abordada. “Na hora que eu fui atravessar a rua perto do viaduto, parou um carro perto de mim, desceu três pessoas, dois eram chineses”, disse neste sábado. Ela havia contado ainda que foi ameaçada, e o menino, levado.
Entretanto, com base nas apurações, a polícia afirma que a jovem entrou em contato com um casal via internet e combinou a entrega do filho. Segundo o delegado Gomes, ela confessou ter entregado o bebê e demonstrou, em certos momentos, arrependimento.
Nesta segunda-feira, o pai contou ao G1 que uma ligação de telefone indicava que o bebê estaria na casa de uma mulher no Rio de Janeiro. De acordo com o delegado Bruno Wink, o bebê foi encontrado com dois jovens, no bairro Vila Valqueire. Ainda de acordo com Wink, o casal está detido.
De acordo com o delegado Eduardo Soares, da Delegacia Antissequestro (DAS) do Rio de Janeiro, em depoimento, eles confirmaram que a mãe biológica do bebê o doou, através de contato por um site. A dupla teria ido de táxi até Belo Horizonte, depois de pagar R$ 1 mil a um taxista. Pela “doação”, no entanto, o casal nega que tenha oferecido dinheiro.
Conforme Soares, os adolescentes devem responder por fato análogo a subtração de incapaz para colocar em lar substituto, e a mãe do menino, por subtração de incapaz. "O pai do bebê está sendo vítima da própria mãe", afirmou Soares.
A jovem que tentou adotar a criança criticou a mãe biológica. "Tem tanta gente que quer ter, tanta gente que perde. Acho muito ruim o que ela fez. Em nenhum momento esperei que o caso fosse terminar na polícia. Não penso em fazer isso de novo", disse. Segundo o delegado, a menina de 17 anos sofreu um aborto espontâneo em agosto e "queria porque queria" ter um bebê.
AUTOR: G1/MG
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