Sírios inspecionam danos em Aleppo depois que área foi bombardeada pelo exército sírio (Foto: Miguel Medina/AFP)
Os comerciantes do tradicional mercado souk de Aleppo, Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco, lamentam a destruição de suas barracas, algumas centenárias, na cidade síria atingida por combates intensos. "Eu herdei minha loja do meu pai. Trabalhei aqui por mais de 40 anos. Nunca imaginei que isso poderia acontecer", explica Mohammed, um comerciante cuja butique foi inteiramente destruída.
Como outros comerciantes, ele espera poder entrar no labirinto de souk para ver de perto o drama. A fumaça negra do incêndio se dissipou, mas o exército proibiu o acesso, enquanto os tiros prosseguem. Outro comerciante não se ilude sobre o estado de seu negócio. "Eu vi minha loja queimar na televisão, vim apenas para constatar as perdas", diz.
As forças do regime e os rebeldes disputam há dois meses o controle de Aleppo, a segunda maior cidade do país e capital econômica, mas desde quinta-feira (27) a intensidade dos combates redobrou, após o anúncio por comandantes rebeldes de uma batalha decisiva.
O souk foi parcialmente destruído pelas chamas, no sábado (29), quando os rebeldes tentaram se infiltrar na área dominada pelo exército. As lojas de portas de madeira, cheias de tecidos e bordados, foram rapidamente consumidas pelo fogo. Cinco dos 20 mercados que formam o grande souk, como o souk de mulheres, o de ouro e o das abayas, foram completamente destruídos, segundo testemunhas locais.
Patrimônio da Unesco desde 1986, com a antiga cidade de Aleppo, o souk, com suas 1.550 lojas, da grande cidade no norte da Síria, foi durante séculos um dos centros do comércio no Oriente. Se sua forma atual remonta à Idade Média, o local já era um local de trocas na Antiguidade, de acordo com historiadores.
Mas, para os varejistas, o futuro parece sombrio. "Eu estou paralisado. Esta é uma guerra suja e nós somos os perdedores. Nós perdemos o nosso trabalho e agora nós perdemos nossa loja", disse Mohammed, acrescentando que o dano é tão moral quanto material.
"Eu vivi toda a minha vida de minhas lojas. Agora, tenho medo do futuro. Do que eu vou viver?", lamenta um de seus irmãos, que também possui sete barracas. "Espero que não haja mais incêndios. A minha maior loja está intacta. Se ela também queimar, perderei não só meus bens, mas também minhas lembranças de infância, meu bem que é ainda mais precioso", acrescentou.
O comerciante Ahmed agradece: "Deus, obrigado, ninguém ficou ferido" no incêndio. "Mas estou muito nervoso, os combates continuam e ninguém sabe o que pode acontecer", acrescenta.
AUTOR: FRANCE PRESSE
Como outros comerciantes, ele espera poder entrar no labirinto de souk para ver de perto o drama. A fumaça negra do incêndio se dissipou, mas o exército proibiu o acesso, enquanto os tiros prosseguem. Outro comerciante não se ilude sobre o estado de seu negócio. "Eu vi minha loja queimar na televisão, vim apenas para constatar as perdas", diz.
As forças do regime e os rebeldes disputam há dois meses o controle de Aleppo, a segunda maior cidade do país e capital econômica, mas desde quinta-feira (27) a intensidade dos combates redobrou, após o anúncio por comandantes rebeldes de uma batalha decisiva.
O souk foi parcialmente destruído pelas chamas, no sábado (29), quando os rebeldes tentaram se infiltrar na área dominada pelo exército. As lojas de portas de madeira, cheias de tecidos e bordados, foram rapidamente consumidas pelo fogo. Cinco dos 20 mercados que formam o grande souk, como o souk de mulheres, o de ouro e o das abayas, foram completamente destruídos, segundo testemunhas locais.
Patrimônio da Unesco desde 1986, com a antiga cidade de Aleppo, o souk, com suas 1.550 lojas, da grande cidade no norte da Síria, foi durante séculos um dos centros do comércio no Oriente. Se sua forma atual remonta à Idade Média, o local já era um local de trocas na Antiguidade, de acordo com historiadores.
Mas, para os varejistas, o futuro parece sombrio. "Eu estou paralisado. Esta é uma guerra suja e nós somos os perdedores. Nós perdemos o nosso trabalho e agora nós perdemos nossa loja", disse Mohammed, acrescentando que o dano é tão moral quanto material.
"Eu vivi toda a minha vida de minhas lojas. Agora, tenho medo do futuro. Do que eu vou viver?", lamenta um de seus irmãos, que também possui sete barracas. "Espero que não haja mais incêndios. A minha maior loja está intacta. Se ela também queimar, perderei não só meus bens, mas também minhas lembranças de infância, meu bem que é ainda mais precioso", acrescentou.
O comerciante Ahmed agradece: "Deus, obrigado, ninguém ficou ferido" no incêndio. "Mas estou muito nervoso, os combates continuam e ninguém sabe o que pode acontecer", acrescenta.
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