Dona Delmira não deixa a história de Tatajuba ser esquecida. Atualmente, ela conta para moradores da região e visitantes como a areia invadiu as moradias e prédios da comunidade. “Só foi duna. Quando chegou nas nossas casas. Aí, foi subindo. Quando chegou em cima, o teto caiu e ficaram só os montes nas nossas casas”, lembra. Andando pelas ruínas de Tatajuba, Delmira ainda reconhece o local onde morou com os pais e, hoje, só restou alguns tijolos entre as areias.
A contadora de histórias também lembra que a igreja da comunidade caiu o teto durante a noite. “O padre não esperou não. Saiu”, brinca. Quando perderam as casas para as dunas, as famílias de Tatajuba tiveram que se mudar e foram obrigadas a se separar. Algumas seguiram para Camocim e outras fundaram a “Nova Tatajuba”, a cerca de 1km da antiga.
A aposentada Maria Pontes, 80 anos, conseguiu refazer a vida em seu novo endereço com a filha e o no neto na Nova Tatajuba. “Cai só uma poeirinha porque agora tá no tempo. Agora, tá uma beleza”. A filha que também se chama Maria não lembra muito de onde nasceu. Pelos relatos da mãe, Maria foi batizada na última missa celebrada na igreja de Tatajuba em 1978. “Lá, a igreja já tava meio que soterrada, já cheia de areia”, diz.
Na igreja de Nova Tatajuba, uma das primeiras construções da nova localidade, o padroeiro que está no altar ainda é o mesmo de Tatajuba, São Francisco de Assis. A natureza continua brincando com os moradores da região e areia já está avançando na comunidade de Cabeceiras, ao lado de Nova Tatajuba. Raimundo Nonato aprendeu a lição. “Não fico muito triste não. É a natureza, tem que aceitar a natureza".
AUTOR: G1/CE
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