Os fins de semana de Rosilene de Almeida, 41, têm destinos certos.
Aos sábados, ela visita o marido que está detido na CPPL de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). E os domingos são dedicados ao filho, que cumpre pena na unidade prisional de Itaitinga (RMF). “Você imagine como ficou o meu coração com esse tormento que foi essa crise”, lembrava, na manhã deste sábado, à espera de encontrar o companheiro. Para ela e muitas outras mulheres, a rotina de visitas voltou a ocorrer nas prisões do Ceará.
A liberação das visitas pela Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) é uma das medidas do plano de estabilização das unidades prisionais do Estado após a ocorrência de rebeliões e 18 mortes. Na Casa de Privação Provisória de Liberdade Desembargador Francisco Adalberto de Oliveira Barros Leal, a CPPL de Caucaia, muitos familiares aproveitaram a liberação de visitas para recompor o estoque de mantimentos dos presos. Comida, muitos colchões, produtos de higiene e de limpeza e até água foram levados nos chamados malotes.
Neste sábado, as juízas Joseana França e Luciana Teixeira foram ao local para acompanhar as visitas. De lá, seguiram para Itaitinga, onde a visitação também foi retomada. Momentos antes da entrada, elas se reuniram com as mulheres e solicitaram “um pacto de paz e confiança” no ingresso delas no presídio.
De fora da unidade prisional, grades das celas podiam ser vistas com sinais de arrombamento. Muitas armas artesanais foram apreendidas. No local, um dos agentes prisionais, que pediu para não ser identificado, informou que os internos estão todos soltos no pátio. Todas as grades do prédio foram arrancadas, ele disse.
Cézar Belmino, juiz da corregedoria dos Presídios e Estabelecimentos Penitenciários da Comarca de Fortaleza, também compareceu à CPPL de Caucaia e ouviu demandas de agentes prisionais. Os profissionais reivindicaram melhores condições de trabalho e para os internos. A unidade prisional tem hoje cerca de 1.600 presos. A capacidade é para 900. Diariamente, somente sete agentes administram o local.
Segundo Cézar Belmino, há ações realizadas pelo sistema judiciário para estabilizar a crise no sistema. “Nós proibimos a entrada de presos nas CPPLs II e IV, em razão do excedente, porque isso é o fato que têm contribuído para agravar toda a situação”. Equipe de advogados da Sejus também está identificando os casos de presos provisórios para solicitar junto ao Judiciário celeridade nos processos.
AUTOR: O POVO
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