FALSO CORRETOR DE IMÓVEIS É PRESO

Segundo a Polícia, José Humberto foi autuado em flagrante por estelionato, exercício ilegal da profissão e resistência à prisão FOTO: RUI NÓBREGA

A Polícia prendeu um homem suspeito de aplicar golpes em dezenas de famílias que sonhavam com a casa própria. O estelionatário arrecadou mais de R$ 42 mil somente com quatro pessoas, que chegaram a efetuar o pagamento da entrada dos imóveis. José Humberto da Silva Júnior, 46, foi preso em flagrante na BR-116, quando recebia R$ 2 mil de uma das vítimas.

De acordo com o delegado titular do 6º DP (Messejana), Osmar Berto, existiam placas na frente dos imóveis com o número de Humberto e ele ligava para as famílias afirmando ser o responsável pelo imóvel. "Estamos investigando se ele possui envolvimento com as construtoras. O preço é muito convidativo, ele leva a pessoa para conhecer a obra e faz todo um trabalho para ganhar a confiança da vítima. 

Depois, começa a forçar a compra da casa afirmando que a pessoa tem que fazer um depósito ou a casa será vendida para outro. Após o pagamento do sinal ele some do mapa", explicou o delegado Osmar Berto.

Sem registro

O Conselho Regional de Corretores de Imóveis (Creci) informou que o homem não possui registro como corretor e identificou várias famílias que foram vítimas do golpe. As residências que Humberto "vendia" são localizadas na Vila Betânia, Precabura e Itaitinga. 

As casas da Vila Betânia custam em torno de R$ 300 mil e as da Vila Betânia R$ 130 mil. As vítimas ouvidas pela reportagem disseram que depois de terem sido enganadas entraram em contato com as construtoras que, por sua vez, afirmaram que o homem não era contratado e não possuía ligação com as empresas.

Ontem, Humberto ligou para uma das compradoras e marcou um encontro no quilômetro 13 da BR-116. A Polícia montou uma operação e, quando a vítima foi entregar o dinheiro, os policias deram voz de prisão ao homem. Ele teria tentado fugir e atropelar um dos policiais, mas acabou detido. Ainda de acordo com o delegado Osmar Berto, o suspeito foi autuado em flagrante por estelionato, exercício ilegal da profissão e também por resistência à prisão.

Quatro vítimas foram até a Delegacia e várias famílias que estavam em negociação com Humberto entraram em contato com o delegado para denunciá-lo. A aposentada Maria Leni Crispin, 69, explicou como foi a transação. "Ele disse que a casa era R$ 330 reais, me pediu R$ 20 mil como sinal, além de R$ 3 mil para gastos relacionados ao financiamento. 

No mês de janeiro transferi R$ 10 mil para a construtora que a empresa devolveu, mas os R$ 23,5 mil que deixei com ele, não foram devolvidos. A construtora disse que todos os documentos eram falsos e só aí nos conscientizamos que caímos no conto do vigário", explicou.

Já a empresária Marcionilia Rodrigues, 36, pagou R$ 10 mil pela casa. "Depois que paguei o sinal ele não atendia mais o telefone. Quando conseguíamos falar ele inventava até que estava na fila do banco", disse.

AUTOR: DN