VIÇOSA DO CEARÁ CULTIVA MOGNO PARA ESPORTAÇÃO

Engenheiro Henrique Aragão cultiva a madeira há três anos e prevê bom retorno financeiro em 10 anos. É o primeiro a fazer o tipo de cultivo no Ceará, considerando a valorização do produto no mercado externo

Viçosa do Ceará. Poupança verde é a aposta do engenheiro Henrique Aragão, que trouxe para o Ceará uma plantação de mogno, com manejo sustentável e reflorestamento de áreas degradadas. Há três anos no negocio, algumas de suas plantas já alcançam mais de cinco metros de altura. Meta é produzir para o mercado externo, onde a madeira está bem valorizada.

De acordo com Henrique, esse tipo de poupança é compensadora. Além do alto retorno financeiro, o cultivo auxilia o meio ambiente. "Essa é uma área que tenho muito interesse pois é duplamente vantajosa. Há a rentabilidade do mogno e o bem que é feito à natureza", destaca ele. "O nosso Ceará precisa muito disso, principalmente de pessoas que tenham consciência em fazer um manejo sustentável e que mantenha a floresta".

O projeto final do em engenheiro é de uma plantação de 30 hectares. Atualmente, apenas 12 estão plantados. Segundo ele, dois grandes desafios apareceram nesses três anos de empreendimento: a seca e o investimento pessoal.

"No primeiro ano não irriguei e morreu a maioria das plantas com a seca que abateu-se sobre Estado, daí então no ano seguinte, fiz o poço profundo e replantei. Tudo com recursos próprios, investimentos em poço e irrigação e mão de obra, que é alto", admitiu ele.

O investimento tem retorno em cerca de dez anos. A partir do 10º ano, cada planta dá um metro cúbico de madeira e estão prontas para a comercialização. "Como trabalhamos dentro de um plano de manejo sustentável, com 10 anos podemos comercializar 50% das plantas e os outros 50% com 15 anos, e cada planta dá 1,5 m³. Após o primeiro desbaste com 10 anos, replantaremos todas as plantas que foram retiradas para dar continuidade à manutenção da floresta", explica ele.

"A minha meta é a exportação, pois se consegue os melhores preços. A partir de 10 anos uma árvore de mogno dá 1 m³ e vale, atualmente, no mercado internacional US$ 1.840,00", afirma o engenheiro. Ele tem formação inicial em Engenharia Elétrica e Psicologia, mas iniciou estudos próprios em meio ambiente, reflorestamento, florestas comerciais produtivas e produção de madeiras nobres consorciadas com outras culturas. Já é conhecido na região como o "Barão do Mogno".

É necessário uma licença nos órgãos ambientais para desmatamento e plantio do mogno, por ser considerado uma planta exótica. No caso de Henrique, o Ibama forneceu a licença prévia.

Para a expansão, o engenheiro já está preparado um viveiro de mudas contendo 6.000 mudas já quase no ponto de plantar, o que totalizará, após esse plantio, 20 hectares. Depois de atingir os 30 hectares, a meta será 100ha. Como primeiro e único cultivador de mogno no Ceará, ele explica que as experiências estudadas são desenvolvidas em Minas Gerais.

"Em Minas, há plantios de até 500 hectares. As pessoas por lá investem para valer. Busco conscientizar as pessoas para esse tipo de investimento que, apesar de demorar 10 anos para começar a dar retorno, é bastante compensador. É preciso conhecimento de todo o processo de plantio para se ter bons resultados",diz.

O mogno é uma madeira moderadamente pesada, bege a amarelado, de cerne castanho rosado e castanho cobre, textura média, brilho presente, fácil de ser trabalhada, permite excelente acabamento, sendo utilizada para mobiliários de luxo, painéis, lambris, adornos, molduras e assoalhos. Isto devido ao fato de ser durável e resistente ao ataque de fungos e insetos. Tem boa textura e facilidade de ser trabalhada e um excelente rendimento volumétrico. "Hoje, o preço no mercado externo garante um excelente retorno financeiro a quem tiver paciência de esperar o tempo certo de colher. É como na vida, que há tempo para tudo, para plantar e tempo para colher", finaliza.

Mais informações
Cultivo de mogno em
Viçosa do Ceará
Engenheiro Henrique Aragão
Telefone: (85) 8898.9800
suriagoa@gmail.Com

AUTOR: DN