I

LEITORES DO TIANGUÁ AGORA!

ESTAMOS EM MANUTENÇÃO!.

CUIDEM-SE!

CUIDEM-SE!
COM A AJUDA DE DEUS, VAMOS VENCER ESSA PANDEMIA!

CURTA O TIANGUÁ AGORA NO FACEBOOK!

RESGATE TIANGUÁ

RESGATE TIANGUÁ
NOVO NÚMERO!

TIANGUÁ AGORA - ÚLTIMAS NOTÍCIAS!!!

MERCEARIA MAIA, O LUGAR CERTO PARA VOCÊ COMPRAR!

MERCEARIA MAIA, O LUGAR CERTO PARA VOCÊ COMPRAR!
RUA 103 N° 43 BAIRRO NOVO MONDUBIM

JC ESTÚDIO TUDO EM MÍDIAS PARA VOCÊ

JC ESTÚDIO TUDO EM MÍDIAS PARA VOCÊ
APROVEITE E PEÇA O SEU ORÇAMENTO JÁ!

CURTA O TIANGUÁ AGORA NO FACEBOOK!

CURTA A MAIS NOVA PÁGINA DESTE BLOG, NO FACEBOOK!

sábado, 7 de junho de 2014

FAVELAS E CRACOLÂNDIAS QUE NINGUÉM VÊ

O que favelas e cracolândias têm em comum? Ambas sofrem do mesmo mal: são definidas usualmente por meio de estereótipos e transformadas em bodes expiatórios, em escudos contra a assunção de responsabilidades diante de problemas sociais que não se quer enfrentar. Mais do que isso, visões preconceituosas das favelas e cracolândias acabam autorizando formas desrespeitosas e truculentas de lidar com as pessoas que habitam esses espaços.

No caso das favelas e periferias das grandes cidades, a imagem corrente é de moradias inacabadas e condições urbanas precárias, onde prevalecem a miséria, a ilegalidade e a violência. Enxergar as favelas apenas dessa perspectiva significa ignorar o universo social e cultural produzido por seus moradores, a vida pulsante que corre diariamente por suas ruas e vielas, a rede de sociabilidade e solidariedade ali construída. Significa ignorar uma história de organizações e de lutas, e tudo o que os moradores de favelas representaram e representam para a construção do país.

Com relação às cracolândias, existe a crença generalizada de que são espaços povoados por “zumbis”, por pessoas de comportamento imprevisível, violento e repugnante, por autômatos guiados unicamente pelo desejo da droga, sem capacidade de discernimento. No entanto, basta ter a coragem de visitar uma cracolândia real, como fizemos numa das favelas do Complexo da Maré, para enxergar sujeitos usando crack, sim, ingerindo bebidas alcoólicas e eventualmente brigando, mas também compartilhando alimento, afeto e solidariedade. Homens e mulheres cujas vidas viraram de cabeça para baixo num piscar de olhos: perda de emprego, desestruturação familiar, abandono. 

E que encontraram nas ruas, entre os usuários de crack, o apoio necessário para sobreviver. Ao contrário do que se acredita comumente, muitos desses indivíduos não chegaram ali por causa do crack, e sim por numerosos outros motivos pessoais, econômicos e sociais. O crack é o que hoje lhes proporciona os poucos momentos de prazer que ainda têm na vida.

Vimos na cracolândia algumas dezenas de pessoas miseráveis, morando em minibarracos improvisados e cercados de montes de lixo, sem a atenção dos mais elementares serviços públicos. Mas, mesmo assim, capazes de construir arranjos de convivência e de auxílio mútuo, de refletir sobre suas histórias e sua situação atual, de tomar decisões e de formular demandas.

Nada disso implica negar a existência dos graves problemas decorrentes do uso abusivo do crack. Mas não é com estereótipos que se poderá enfrentá-los adequadamente. Pelo contrário, as imagens estereotipadas servem ora a uma estratégia avestruz para sequer enxergá-los, ora à aceitação de “soluções” truculentas, por trás das quais se escondem muitas vezes interesses pecuniários escusos, como os de certas “comunidades terapêuticas” a quem favorece enormemente a política de internação compulsória financiada pelos cofres públicos.

O abandono a que as favelas foram historicamente relegadas é o mesmo que hoje se observa em relação às chamadas “cracolândias”. É a tendência a lidar com esses espaços por meio de rótulos preconcebidos que geram medo, desconfiança e desrespeito. Se a visão da favela como antro de bandidos justificou por décadas ações violentas e ilegais da polícia, no lugar de políticas públicas para integrar esses espaços ao tecido urbano, a imagem da cracolândia como antro de “zumbis” vem dando força a medidas também violentas e discriminatórias, em vez da assistência devida ao atendimento das reais necessidades dos usuários.

Carl Hart é professor da Universidade de Columbia, Eliana Sousa Silva é diretora da ONG Redes da Maré, Julita Lemgruber é socióloga e coordenadora do Cesec/Ucam

AUTOR: O GLOBO

Nenhum comentário:

Postar um comentário

IMPORTANTE

Todos os comentários postados neste Blog passam por moderação. Por este critério, os comentários podem ser liberados, bloqueados ou excluídos.

O TIANGUÁ AGORA descartará automaticamente os textos recebidos que contenham ataques pessoais, difamação, calúnia, ameaça, discriminação e demais crimes previstos em lei. GUGU

TIANGUÁ AGORA NO TWITTER!

Real Time Analytics