De acordo com a assistente social Sirlene Bernardina Silva, que acompanhou o caso, ao chegar ao local, a criança recebia ajuda de policiais militares e jornalistas. "Ela estava amarrada pelo pé e sendo cuidada por um policial e por uma repórter, que estava com ela no colo", relatou.
Moradores informaram que uma mulher indígena havia sido localizada no bairro de Timotão, bem distante de onde o menino foi achado, e identificada como a mãe do pequeno. Ela estaria jogada no chão de um campo de futebol, totalmente embriagada.
Os órgãos municipais envolvidos na ação tentaram contato com a mulher, mas não conseguiram entender o que ela dizia, por não falarem o idioma dela e pelo estado de embriaguez em que ela se encontrava.
Segundo Sirlene, a mulher e a criança fazem parte de um grupo de cerca de 50 indígenas que vagam pela região pedindo esmolas e bebendo. O grupo pertence à localidade de Machacalis, em Itanhém, próximo à divisa com Minas Gerais.
"De manhã, nós já tínhamos reunido em um ônibus uns 50 indígenas para levá-los de volta ao destino deles. À tarde, me ligaram para dizer que havia outros na rua e essa criança amarrada. Os índios informaram que a mãe da criança que amarrou o filho saiu andando sem destino, alcoolizada", contou a assistente social.
Ainda de acordo com Sirlene Silva, frequentemente é preciso mandar os índios de volta para seu local de origem, o que não é incumbência da entidade. Segundo ela, os órgãos responsáveis não se pronunciam sobre a situação.
"Isso é com frequência que ocorre, e sempre a assistência social tem que estar levando eles, sendo que não é nosso papel. Eles ficam completamente embriagados e não têm noção do estão fazendo, [são] quase seres irracionais, inocentes. Quando vamos levá-los, temos que esperar a boa-vontade deles e dá muito trabalho conseguir reuni-los, porque eles fogem. As crianças ficam ao relento. Nós deixamos de fazer o nosso serviço para ajudá-los, porque, afinal de contas, são seres humanos", destacou Sirlene.
Segundo a assistente social, cerca de 20 crianças vivem com o grupo, e não se sabe como nem por que os indígenas saem de sua região rumo a Teixeira de Freitas. Alguns deles dizem que chegam ao local pedindo carona, fato que gera desconfiança entre as autoridades.
O Conselho Tutelar da cidade, que também acompanhou a operação, informou que a criança e a mãe foram levadas de volta a seu local de origem, junto com o grupo. O caso foi registrado na polícia e será denunciado ao Ministério Público.
A Fundação Nacional do Índio (Funai) informa que indígenas daquela região têm o costume de fazer esse tipo de percurso. Antigamente, explica a Funai, as famílias faziam para colher frutos e sementes no caminho e que, com o crescimento da cidade, passaram a mendigar. Um projeto está em execução para fazer mapeamento da situação. Além disso, está sendo criado grupo de trabalho, com servidores da Fundação que falam o dialeto específico do local, na tentativa de manter o diálogo e chamar atenção aos perigos. Sobre a criança, a Funai informa que eles têm o entendimento de que, amarrando, ela não vai se perder.
AUTOR: G1/BA
Nenhum comentário:
Postar um comentário
IMPORTANTE
Todos os comentários postados neste Blog passam por moderação. Por este critério, os comentários podem ser liberados, bloqueados ou excluídos.
O TIANGUÁ AGORA descartará automaticamente os textos recebidos que contenham ataques pessoais, difamação, calúnia, ameaça, discriminação e demais crimes previstos em lei. GUGU