Um adolescente de 16 anos sofreu uma tentativa de homicídio quando saía de uma audiência na 5ª Vara de Execuções da Infância e Juventude de Fortaleza, que funciona na Rua Tabelião Julião, no bairro São Gerardo. O fato aconteceu na tarde da última quarta-feira. De acordo com o titular do juizado, Manuel Clístenes de Façanha e Gonçalves, o menino foi liberado do Centro Educacional, onde cumpria uma internação, mas quando se dirigia para casa foi abordado por uma pessoa, que lhe apontou uma arma.
Segundo testemunhas o homem armado se aproximou e chegou a encostar a pistola no peito do garoto e apertar o gatilho, mas o disparo não aconteceu. "Já houve um fato igual a este, no ano passado. Só que desta vez, a arma usada foi uma pistola e não um revólver. Se fosse um revólver teria conseguido matar. Sorte é que a pistola exige uma certa habilidade para manuseio e o rapaz talvez não soubesse usar", disse o juiz.
O adolescente reagiu ao atentado e entrou em luta corporal com o agressor. A arma foi largada no chão e os dois só se separaram com a aproximação de uma viatura da Polícia. "O homem que foi para matar e uma pessoa, que estava dando apoio a ele, correram pela Rua Tabelião Julião e não foram encontrados; o adolescente correu em direção ao North Shopping, para se abrigar em segurança".
O magistrado ressaltou que esses tipos de casos estão se tornando comuns e que, pelo menos, uma vez na semana ligam para a Ciops pedindo escoltas para adolescentes, que dizem ter visto inimigos rondando o Juizado.
"É um absurdo as pessoas se sentirem à vontade para matar seus desafetos na porta de um complexo, onde funcionam um Juizado e duas Delegacias. É uma ousadia, baseada na insegurança desta estrutura. Já oficiamos várias vezes os órgãos que poderiam nos ajudar neste quesito, mas até agora, nada foi providenciado. Somente neste ano, já aconteceram cinco ou seis casos de tentativa de homicídio na nossa cara", disse Gonçalves.
Homicida
O garoto vítima do atentado estava saindo do Centro Educacional São Francisco, depois de cumprir uma internação provisória e uma internação sanção, que somadas, duraram 90 dias, pela prática de um homicídio.
Ele já responde por outros processos na 5ª Vara e, quando cometeu o homicídio, estava teoricamente cumprindo uma medida de Liberdade Assistida (L.A.), pela prática de um roubo. Testemunhas informaram que parentes da pessoa que o adolescente matou foram vistos, durante a manhã, dentro do complexo. "Acredito que eles estejam contando os dias que duram as medidas para esperar pelos infratores aqui", disse o juiz. O adolescente informou que não reconheceu a pessoa que tentou atirar nele.
Prevenção
Depois que Matheus de Aquino Pacheco, 16, foi morto em situação semelhante, no dia 10 de abril de 2013, algumas medidas foram tomadas para que o complexo se tornasse mais seguro. A Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) proibiu estacionamento no entorno do Juizado e uma viatura da PM também foi deslocada para ajudar na segurança, mas não está mais indo ao local.
AUTOR: DN
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