31 de maio de 2009. Estourou na Capital cearense a notícia oficial de que Fortaleza seria uma das cidades a receber jogos da Copa do Mundo de 2014. De lá para cá passaram-se 1.251 dias. O que mudou de concreto nesse período? À exceção do estádio Castelão, que será um dos primeiros do País a ficar pronto, os projetos de expansão de algumas avenidas e o ramal VLT Parangaba Mucuripe pouco avançaram. Por isso mesmo, é comum ouvir de parte da população fortalezense os reclames de que o mundial deixará um legado menor do que se imaginava na parte de infraestrutura.
Contudo, em outro aspecto, percebe-se evoluções. Na área econômica, por exemplo, o movimento do que será considerado um marco para a Capital e o Estado, na opinião de especialistas, já começou. Setores como turismo, comércio varejista, construção civil, tecnologia da informação, madeira e móveis, têxtil e vestuário, agronegócios e serviços, e produção associada ao turismo estão na vanguarda dos segmentos a serem privilegiados pelos efeitos da realização do maior campeonato de futebol entre nações do mundo.
Essas áreas e a cadeia econômica envolvida por elas foram mapeadas como as da linha de frente em impactos econômicos no Ceará por um levantamento do Sebrae-CE em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), que também envolveu as demais cidades escolhidas pela Fifa para serem sedes durante a Copa de 2014 no Brasil.
Oportunidades
O estudo chegou a apontar 505 oportunidades de negócios em Fortaleza, com 87 atividades promissoras na produção associada ao turismo; 74 na construção civil e outras 74 no turismo; mais 71 focadas no comércio varejista; 61 na área de têxteis e vestuário; 56 em tecnologia da informação; 51 na parte de agronegócios; e 31 voltadas para serviços.
Para a gestora estadual do programa Sebrae 2014, Evelynne Tabosa, é preciso ter cautela em quantificar as chances de negócios que surgirão e já estão surgindo em Fortaleza.
"Numerar não é tão simples principalmente porque nosso povo tem uma forte característica de empreendedor. As equipes de reportagem que vierem cobrir a Coa, por exemplo, elas precisarão de cabeamento e eletricidade, transporte. Vai gerar oportunidade para empresas daqui. O interessante é que esses serviços sejam oferecidos pelo pessoal local e não por pessoas de outros estados", conta Evelynne.
Projetos focam qualidade
Ela acrescenta que há seis projetos do Sebrae já em andamento com o objetivo de aprimorar a qualidade do serviço que será oferecido como diferencial para os turistas. "Esses projetos são na área do artesanato; comércio varejista pessoal com o foco na Av. Monsenhor Tabosa e Emcetur; na parte de hotéis, pousadas e restaurantes, bem como nos polos gastronômicos e tapioqueiras, com direito a lançamento de um guia; além da economia criativa; e agronegócio, onde poderemos aproveitar produtos orgânicos do litoral Leste, Aracati, e de Baturité. É a rapadura, a cajuína e demais alimentos feitos aqui", resumiu a gestora do Sebrae.
AUTOR: DN
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