O Estado do Ceará foi condenado, ontem, a pagar uma indenização no valor aproximado de R$ 632 mil a um casal de turistas que foi atingido por tiros disparados por policiais militares durante uma operação desastrosa de caça a assaltantes de bancos. O caso completa seis anos nesta quinta-feira, pois ocorreu na noite de 26 de setembro de 2007.
O italiano Innocenzo Bracati e a mulher dele, a brasileira Denise Sales Campos Bracati, trafegavam em uma caminhoneta em companhia de um casal de amigos estrangeiros que tinha acabado de chegar a Fortaleza, procedente da Europa, quando foram perseguidos por viaturas da PM e confundidos com bandidos que tinham roubado um caixa-eletrônicos e fugido em um veículo semelhante. A abordagem policial ocorreu na Avenida Raul Barbosa, na Aerolândia.
Tiros
Innocenzo Bracati, que dirigia o veículo, ficou assustado com a perseguição e tentou acelerar, mas o veículo foi atingido por mais de 25 tiros de diferentes calibres disparados pelos PMs. No episódio, Innocenzo recebeu dois tiros no pé. Outro balaço atingiu o joelho de Denise.
Mais grave ainda foi o que aconteceu ao amigo do casal. O espanhol Marcelino Ruiz foi baleado na coluna cervical e tornou-se paraplégico. A mulher dele, Maria Del Mar, saiu ilesa.
Ontem, o juiz de Direito, Paulo de Tarso Pires Nogueira, da Sexta Vara da Fazenda Pública, acatou o pedido de indenização interposto pelos advogados do casa de italianos, os criminalistas Paulo Quezado e Leandro Vasques, e condenou o Estado do Ceará. No total, a indenização ficou estabelecida em R$ 173,6 mil e mais 153 mil euros, totalizando cerca de R$ 632 mil (com a cotação do euro de ontem, em torno de R$ 3,008). Contudo, a defesa das vítimas ainda vai estudar, junto com o italiano, a decisão da Justiça.
Em entrevista, por telefone, na noite passada, por volta de 21 horas, o advogado Leandro Vasques informou que deverá se reunir com seu colega Paulo Quezado e com o cliente deles para decidirem qual medida será tomada, se acatam o que foi estipulado pela Justiça ou se recorrem pelo estabelecimento de outro valor indenizatório. Ele informou que acompanhou o caso na esfera criminal e, no recurso com fins de indenização, atuou junto com Quezado. Vários PMs já foram condenados pelo ato.
AUTOR: DN
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