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domingo, 14 de setembro de 2014

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS: TEMAS POLÊMICOS INFLUENCIAM NA DISPUTA DOS CANDIDATOS POR VOTOS

Quando o assunto é disputa eleitoral, todas as táticas são usadas pelos candidatos para atrair votos e conquistar o poder. 

A pouco menos de um mês para o primeiro turno das eleições, em 5 de outubro, a abordagem de temas polêmicos como aborto, legalização das drogas, casamento homoafetivo e maioridade penal vira foco nos debates dos presidenciáveis com a tentativa de esquentar o duelo e enfraquecer adversários.

A cientista política e professora do Ibmec, no Rio de Janeiro, Christiane Romêo, avalia que o agendamento destes temas tidos como espinhosos na campanha presidencial esbarra numa cultura ainda muito tradicional, construída sobre valores morais e religiosos, que tendem a ignorar a importância de se definir políticas de Estado. Ela sugere que essas questões sejam debatidas de maneira mais objetiva na forma de propostas que tratem dos direitos individuais, do exercício da cidadania e da melhoria da saúde pública.

"O debate político vem na contramão do ideal democrático de Estado laico, tomando proporções religiosas e, portanto, esses temas podem sim definir a intenção de voto", diz a especialista.

Na esteira das polêmicas, uma pesquisa divulgada pelo Ibope no último dia 3 apontou que 53% dos brasileiros são contrários ao casamento gay e 79% se opõem à legalização do aborto e da maconha. Na avaliação de Christiane, pelo alto índice de rejeição dos temas pode-se inferir que a defesa deles atinge a um percentual minoritário da população. Por isso, segundo ela, "em busca de votos, os candidatos nem sempre se lembram de suas convicções, mas levam em consideração o risco eleitoral" na hora de discutir tais temáticas na campanha.

O cientista político e professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Clésio Arruda, defende que, apesar de relevantes, os assuntos que passam por questões morais não devem ser o foco da campanha presidencial, pois, segundo ele, dizem respeito muito mais às atribuições do Legislativo do que do Executivo. Para ele, essas questões estão na pauta dos debates devido também à educação política do eleitor, que acaba cobrando do governante algo que não lhe é pertinente.

"Dependendo da forma que são postos pelo candidato, esses temas que passam por uma questão moral podem trazer complicações na campanha. Quando não se trata de voto ideológico, o eleitor pode ser induzido a votar num candidato que se coloca a favor ou contra a um determinado tema", avalia o professor.

Evitados pelos principais candidatos, os temas polêmicos são constantemente levantados pelos representantes dos partidos nanicos. Pastor Everaldo (PSC), Luciana Genro (PSOL), Eduardo Jorge (PV) e Levy Fidelix (PRTB) - que, juntos, somam 3% das intenções de voto, de acordo com a última pesquisa divulgada pelo Datafolha- apontaram a artilharia para assuntos delicados. Na retaguarda, Aécio Neves (PSDB), Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PSB) tentam evitar controvérsias.

Christiane Romêo considera que essa abertura maior dos nanicos para falarem dessas temáticas é mais uma maneira de polemizar, levantar as discussões, fazer valer as bandeiras e propagar ideias. "Isso é válido na democracia", avalia.

Já Clésio Arruda lembra que a defesa de temas como aborto e legalização da maconha, por exemplo, é típica dos partidos de esquerda e, por isso, é natural que tanto Luciana Genro como Eduardo Jorge levantem abertamente estas bandeiras.

Marketing eleitoral

A coordenadora do Laboratório de Antropologia e Imagem da Universidade Federal do Ceará, professora Peregrina Capelo, explica que o discurso de uma parcela considerável dos candidatos é pautado pelo que o eleitorado espera escutar. Dessa forma, cabe aos postulantes ponderar sobre alguns temas que acabam tendo larga repercussão. "Quem bota isso na cabeça dos candidatos são os marqueteiros, que são o termômetro do desejo da sociedade sobre o que deve sair da boca do político", atesta.

Como exemplo dessas mediações entre a postura pessoal do candidato e a expectativa do público, Peregrina Capelo cita o discurso mais moderado de Marina Silva em relação ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Assunto espinhoso para a candidata, ela tem buscado artifícios para driblar o tema para não desagradar o eleitorado evangélico nem perder parte dos eleitores que defendem os direitos da comunidade LGBT.

"Se ela um dia foi radicalmente contra essa pauta, hoje já tem mais cuidado em falar sobre isso (...) porque os movimentos LGBT são uma parcela muito expressiva no Brasil e no mundo e possuem leis que os protegem e legitimam", afirma. A mesma ponderação, detalha a professora, ocorre com a presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição, ao driblar o debate sobre a descriminalização do aborto, pauta com a qual a petista tem afinidade política.

"A personalidade do candidato vai se desenhando pelo marketing e o embate com outros adversários sobre essas questões é importante para definir o político", acrescenta Arruda.

A antropóloga e professora da UFC, Jânia Perla, alerta que muitos assuntos têm espaço tímido nos debates políticos por conta da propagação de polêmicas nas campanhas. "Acaba polarizando a discussão, impedindo que se coloquem na pauta outros temas como inclusão social, investimentos em ciência e tecnologia e o aprofundamento da discussão sobre a economia", lista.

Religião entra na pauta da campanha

Apesar da garantia constitucional do Estado laico, o viés com que temas polêmicos como aborto e união homoafetiva são pautados nas eleições esbarra em orientações religiosas. Sociólogos alegam que o peso da religião na escolha do voto ainda é determinante no Brasil, onde quase 90% da população é cristã. Para especialistas, a troca de acusações e a superficialidade dos debates camuflam propostas de governo centrais, como política econômica, inclusão social e incentivo à tecnologia.

No último dia 30, a presidenciável Marina Silva (PSB) recuou de parte do programa de governo relacionado às políticas para a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e transexuais) e logo foi acusada por movimentos sociais e opositores de ter sido pressionada por setores conservadores da bancada evangélica.

Em poucos instantes, internautas pró e contra a decisão da candidata se mobilizaram via Internet para defender um ponto de vista e criticar o oponente. Nesse terreno delicado das paixões ideológicas, candidatos pisam em ovos, evitando bagunçar o menos possível a base de sustentação do seu eleitorado.

O sociólogo Emanuel Freitas, professor da Universidade Federal Rural do Semiárido, relata que temas polêmicos têm sido mobilizados para legitimar ou não partidos e candidaturas. "Setores religiosos descobriram que essa agenda conservadora movimenta as eleições", observa. Segundo o IBGE, 64,6% dos brasileiros são católicos, 22,2% protestantes e 2% espíritas, todos enquadrados no cristianismo.

Freitas aponta que mesmo eleitores que não são praticantes de nenhuma religião são influenciados direta ou indiretamente por parte dos dogmas da doutrina cristã. Ele acrescenta que os geradores da pauta mais conservadora nas eleições são setores evangélicos, católicos carismáticos e espíritas. "Estamos falando de uma sociedade construída sob o símbolo da cruz e de uma imensa maioria da população que, se não é praticamente cristã, incorpora esses valores", diz.

Temas ofuscados

O pesquisador, que também é integrante do Núcleo de Estudos de Religião e Política da Universidade Federal do Ceará, diz que a polêmica em torno de determinados assuntos fica por conta dos interlocutores, aquelas pessoas que alimentam as polêmicas. Segundo ele, os holofotes que determinados temas ganham ofuscam propostas relevantes para o eleitor.

"Outros assuntos de interesse nacional e da coletividade vão passando ao largo porque esses setores vão dizendo para a sociedade que um candidato é ou não a favor do aborto e ao casamento gay". E complementa: "O Brasil acaba ficando refém de um agrupamento religioso que é o cristianismo".

A antropóloga e professora do departamento de Ciências Sociais da UFC, Jânia Perla, acredita que a religião tem interferido em adesões políticas, programas de governo e alianças partidárias. Ela ainda lembra dos espaços que os templos religiosos exercem como palanques políticos. "Em muitas igrejas, sacerdotes, pastores e líderes comunitários têm uma influência", destaca. "O momento em que os fiéis encontram suas lideranças é um momento importante para que os políticos emplaquem uma plataforma de propostas e assumam compromissos", completa.

Para a professora Jânia Perla, subsidiar decisões políticas por meio de argumentos de cunho religioso é um contrassenso no processo democrático. "Compromete o funcionamento da democracia e impede avanços importantes a um país que saiu há tão pouco tempo de uma ditadura militar. Seria muito ruim agora ficar preso a uma ditadura de padrões simbólicos e normativos não pautados por argumentos racionais", defende.

Perla acrescenta que as polêmicas forjadas na campanha não aprofundam o debate político. Ela reforça que religião e política nem sempre atendem a naturezas semelhantes. "Religião é fé. Política, de certa forma, é outra dinâmica, é argumento, racionalidade", pontua.

A coordenadora do Laboratório de Antropologia e Imagem da UFC, Peregrina Capelo, ressalta que, para entender o papel da religião na política, é necessário retomar a história do Brasil há alguns séculos. Colonizado por Portugal, o País sempre teve uma forte influência da doutrina cristã, em especial o catolicismo. "A Igreja esteve presente em todos os momentos do Brasil".

AUTOR: DN

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