O Ceará possui três dos 20 trechos mais críticos de estradas federais do País. O dado é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e foi divulgado, ontem, no estudo "Acidentes de trânsito nas rodovias federais: caracterização, tendências e custos para a sociedade". Pontos urbanos da BR-222 e da BR-116 na Capital e em Caucaia aparecem no ranking nacional dos que registraram mais acidentes de alta complexidade, com mortes ou feridos graves, em 2014.
No documento, o trecho entre os quilômetros 0 e 10 da BR-222, em Caucaia, ocupa o terceiro lugar da lista. No ano passado, foram 333 acidentes, 102 graves. Na 16ª colocação, o trecho dos quilômetros 0 a 10 da BR-116, na Capital, que passa por bairros como Barroso e Aerolândia, teve 48 ocorrências com pessoas feridas ou mortas. Também em Fortaleza, os quilômetros 0 a 10 da BR-222 ficaram em 18º lugar no ranking. Nesse trecho, houve 46 registros perigosos em 2014.
Os dois primeiros lugares são de trechos da BR-101 no Espírito Santo, onde houve 126 acidentes graves, e em Santa Catarina, com 125. Rodovias do Pará, Paraná, Piauí, Paraíba, Minas Gerais, Maranhão e Pernambuco também figuram na lista. Os 20 pontos críticos somaram 11.388 ocorrências, sendo 1.372 de maior complexidade.
Segundo Karlos Derickson, chefe de Policiamento e Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal do Ceará (PRF-CE), alguns fatores podem explicar a situação do Ceará. Ele esclarece que, por ser uma área urbana, os pontos entre os quilômetros 0 e 10 da BR-116 apresentam grande fluxo de veículos e passagem de pedestres. Assim, os atropelamentos são frequentes.
"Na BR-222, existe uma característica diferente. Esses trechos iniciais são os que ligam o fim da Av. Bezerra de Menezes até o Centro de Caucaia. É uma área onde não tem velocidade alta, por causa dos semáforos, mas, em compensação, o tráfego de motocicletas é muito intenso e, consequentemente, de acidentes também. Cerca de 70% dos acidentes graves na BR-222 envolvem motos", diz Derickson.
Conforme a PRF, em 2014, as principais causas de acidentes em 2014, no Ceará, foram por falta de atenção (36,7%), não guardar distância de segurança (9,68%) e desobediência à sinalização (5,33%). No período, o Estado registrou 3.788 acidentes, o terceiro maior número do Nordeste, e 291 mortes, o quarto maior da região.
A pesquisa do Ipea aponta que grande parte dos fatores que provocaram acidentes com mortes pode ser combatida com campanhas educativas e fiscalização. O estudo sugere a inclusão de assuntos relacionados ao trânsito nas disciplinas escolares.
Embora o levantamento do Ipea retrate com precisão o cenário do trânsito nas estradas federais no ano passado, de lá para cá, Karlos Derickson afirma que a situação teve melhora. Segundo ele, a intensificação da fiscalização com a ajuda de radares vem trazendo bons resultados. Em paralelo, a PRF passou a desenvolver ações de educação nas escolas e com motoristas.
Fique por dentro
Brasil gastou R$ 12,3 bilhões com acidentes
A pesquisa do Ipea revelou, ainda, que os acidentes de trânsito em 2014, no Brasil, custaram cerca de R$ 12,3 bilhões aos cofres públicos. O valor incluiu gastos com a remoção das vítimas dos locais das ocorrências, atendimento hospitalar, perda de produção e danos materiais.
Cada acidente exigiu, em média, R$ 72.705,31. Nos acidentes com mortes, o custo médio passou para R$ 646.762,94. O estudo não divulgou dados por estado. Comparado ao registrado em 2010, o valor total investido apresentou redução. Na época, foram gastos R$ 13 bilhões.
AUTOR: DN
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