"Não vamos indicar aprovação durante assembleia no próximo dia 1º. Essa proposta impõe perda salarial real de 3,99%", afirmou a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira. Segundo ela, os bancos teriam justificado o porcentual de 5,5% de reajuste como a "inflação futura" e teriam ponderado que outras categorias no País estão fechando acordos salariais sem reposição da inflação acumulada.
Para a sindicalista, a proposta "não tem cabimento". "Falamos que esses setores estão em situação diferente", disse. Juvandia destacou que a proposta é incompatível com os resultados financeiros dos cinco maiores bancos do País, que registraram lucro líquido de cerca de R$ 36 bilhões no primeiro semestre de 2015, montante 27,3% maior do que o contabilizado em igual período do ano passado, de acordo com a sindicalista. Segundo a categoria, de 2009 a 2014, os bancários conseguiram aumento real em todos os anos.
A sindicalista informou que a proposta será levada à categoria durante assembleia do Comando Nacional dos Bancários na próxima quinta-feira, 1º. Caso os bancos não apresentem uma contraproposta, ela explica que a greve deve ser aprovada no mesmo dia, começando 72 horas depois, como estabelece a legislação, ou seja, em 6 de outubro. "Eles dizem que é a proposta que eles têm", afirmou. A reunião desta sexta-feira foi o sexto encontro entre as partes desde que a campanha salarial começou, em 11 de agosto.
Outras reivindicações
Além de reajuste de 16%, os bancários reivindicam aumento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para R$ 7.246,82 e um piso mínimo de R$ 3.299,66. Pedem também o pagamento de 14º salário, fim de metas consideradas "abusivas" pela categoria, fim das demissões, ampliação das contratações, combate às terceirizações e mais segurança nas agências bancárias.
AUTOR: ESTADÃO CONTEÚDO
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