Um adolescente de 14 anos morreu com um tiro disparado por um policial durante um tumulto na noite desta sexta-feira (13) no Bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza. Segundo a Polícia Militar do Ceará (PMCE), o agente foi autuado em flagrante pelo crime e está detido no Presídio Militar. O caso ocorreu no mirante do bairro por volta das 22h30.
De acordo com a Polícia Militar, uma equipe de policiais observou "pessoas em atitude suspeita" em uma reunião de jovens na Praça do Mirante. Não foi esclarecido pela Polícia Militar qual era a atitude suspeita do grupo.
Ainda conforme a PMCE, diante da suspeita, os policiais se aproximaram dos adolescentes para realizar uma averiguação e abordagem, quando algumas pessoas resistiram e arremessaram pedras contra a equipe de policiais.
De acordo com os outros policiais que estiveram na ocorrência, o tiro que atingiu o adolescente Juan Ferreira dos Santos foi resultado de um disparo efetuado "para o chão", conforme nota enviada pela PMCE.
'Tiro certeiro na cabeça do meu filho'
Os pais de Juan Ferreira dos Santos questionam a atuação da polícia e afirmam que o filho foi atingido pelas costas, na cabeça.
"A princípio, eles achavam que tinha sido só uma queda, por causa da correria. Os meninos não sabiam que tinha sido um tiro. Só que quando ele se baixou pra pegar a chinela ele já tava baleado, ele ainda correu baleado, mas não aguentou, porque foi um tiro certeiro na cabeça do meu filho que não tinha defesa, foi nas costas, não tinha como se defender”, relatou a mãe de Juan, Tânia de Brito.
“Só esperar a justiça de Deus pra resolver isso aí. Não tive oportunidade de falar com ele, mas a consciência dele tá pronta pra isso aí, ele sabe. Ele sabe que matou um moleque de muitos sonhos, não foi um criminoso qualquer, nem um vagabundo qualquer. Moleque brincalhão, alegre, sempre prestativo pra família, amigo”, disse o pai José Ribamar, que chegou a identificar o autor do tiro que atingiu o filho.
Perguntada sobre a versão dada pela polícia, de que o soldado atirou em direção ao chão, a mãe endossa que a alegação não faz sentido.
“Se ele queria dispersar as pessoas, os adolescentes, os adultos, quem tivessem lá, ele teria atirado pra cima, por ele ser um policial experiente. Nem eu, que sou leiga... eu teria atirado pra cima, não na direção de uma criança, de um adolescente cheio de sonho. E ele acabou com tudo isso. Ele não pensou que hoje ia ter uma mãe dilacerada, destruída, sem chão, sem ter pra onde ir."
A família afirma que o adolescente era estudioso, praticava esportes e fazia curso de socorrista.
Após o tiro, o jovem foi socorrido e levado por uma ambulância, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade hospitalar.
O sepultamento será às 10h deste domingo (15), no cemitério do Bairro Bom Jardim.
O caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil.
AUTOR: G1/CE
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