O corte no orçamento do Ministério da Saúde de 2016 afetará diretamente três milhões de usuários do Programa ‘Aqui Tem Farmácia Popular’ em todo país. O programa sofrerá uma redução de R$ 578 milhões e deixará de fornecer medicamentos com desconto nas farmácias coveniadas com o governo. Entre os remédios que ficarão mais caros estão os que tratam Parkinson, osteoporose e glaucoma, por exemplo.
Os cortes não vão afetar os remédios gratuitos distribuídos pelo Ministério, entre eles os de asma, hipertensão e diabetes.
Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, a crise no Sistema Único de Saúde é sem precedentes. “Não temos situação similar do ponto de vista orçamentário financeiro na história do SUS”, disse o ministro ontem, mesmo dia em que foi demitido por telefone pela presidenta Dilma.
Para os usuários do programa, a redução afetará seus orçamentos. “Acho isso um absurdo. A Dilma me decepcionou: só sabe tirar os benefícios do povo”, lamenta a pensionista Francisca Ferreira, 59. “Uso vários remédios, como faço?”.
A preocupação é partilhada pelo aposentado Flávio do Amaral, 77. “Compro 60 fraldas por mês, a R$ 7, cada pacote, sem isso tenho que pagar R$ 40”, contabilizo. Além da farmácia popular, outras áreas também poderão sofrer com a redução de verbas, como os procedimentos de média e alta complexidade que deixarão de receber R$ 5,3 bilhões. O financiamento de serviços como hemodiálise e cirurgias eletivas também estão entre as ações que devem ser afetadas.
O ministério espera recompor o orçamento por meio de emendas parlamentares, mas reconhece que a estratégia ainda é incerta.
Medicamentos que perdem o subsídio e ficam mais caros:
Budesonida 32MCG — para combater a rinite.
Alendronato de Sódio 70 mg — contra osteoporose.
Maleato de Timolol 2,5 e 5 MG - para glaucoma.
Sinvastatina 10, 20 e 40 mg — indicado para dislipidemia (colesterol).
AUTOR: O Dia
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