Os internos do Centro Educacional Patativa do Assaré se amotinaram, na manhã de ontem, e tiveram que ser contidos por policiais do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque). No último dia 12, três adolescentes foram baleados durante uma rebelião na mesma unidade, situada no bairro Ancuri.
De acordo com um policial que participou da contenção do tumulto, uma vistoria à casa já estava planejada, mas quando as patrulhas chegaram lá encontraram os adolescentes revoltados. "Já sabíamos que haveria uma intervenção, na manhã de hoje (ontem), para vistoria geral. Quando chegamos lá, eles haviam queimado alguns colchões e o ambiente estava tumultuado", declarou o policial militar, que pediu para não ter seu nome divulgado.
Os familiares dos adolescentes estiveram no local apreensivos por notícias. O policial do BPChoque disse que não foi necessário usar balas de borracha, gás lacrimogêneo, ou qualquer outro armamento não-letal.
"Conseguimos conter o tumulto logo na entrada, sem usar nenhum equipamento. O problema ali é visível, está muito cheio. Todo tipo de estrutura que superlota daquele jeito, dá problemas", considerou.
A assessoria de comunicação da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS), responsável pelos Centros, disse que não houve motim, apenas uma insatisfação por conta da vistoria. A Instituição informou ainda, que nenhum interno ficou ferido. Conforme a assessoria, 20 novos socioeducadores estão sendo treinados e 16 deles devem ser mandados para o Patativa do Assaré.
Interdição
Na última semana, a Defensoria Pública solicitou a interdição do Centro Educacional Dom Bosco, alegando que o local está em condições extremas de superlotação. No último dia 27 de julho, o jornal publicou os resultados de um relatório preparado pelas autoridades que visitaram os Centros, em que o juiz titular da 5º Vara da Infância e Juventude, Manuel Clístenes Façanha, considerou que a situação era "muito pior do que o esperado".
AUTOR: DN
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