FOTO: AG. CÂMARA
O deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) foi indiciado pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O indiciamento foi feito após a PF mapear uma rede de familiares, assessores e credores do parlamentar cearense que foram beneficiados com pagamentos feitos por um engenheiro civil depois de um acordo fechado na Petrobras em 2008.
A informação foi divulgada nesta terça-feira, 31, pelo site da Folha de São Paulo. O inquérito foi aberto em março do ano passado no Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar uma das revelações de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras.
Em delação premiada na Operação Lava Jato, o ex-presidente disse que Aníbal lhe ofereceu R$ 800 mil para que ajudasse a encerrar uma disputa judicial entre a petroleira e duas empresas de prestação de serviços de praticagem (serviço ininterrupto, de auxílio ao navegante, disponível em áreas onde existem dificuldades ao livre e seguro trânsito de navios) na Baixada Santista.
Quebras de sigilo bancário
Quebras de sigilo bancário autorizados pelo STF concluíram que, após o acordo, R$ 6 milhões saíram dos práticos, passaram pelo escritório carioca Ferreira Ornellas Advogados e chegaram a uma conta de Paulo Roberto Baeta Neves, advogado de Brasília. Ao engenheiro Luís Costa Batista Sá, amigo e sócio de Aníbal, foram repassados R$ 3 milhões.
De acordo com a reportagem, das contas de Sá o dinheiro foi redistribuído a diversas pessoas e empresas, entre eles, uma ex-assessora parlamentar do parlamentar cearense e ao pai dela, a um irmão do deputado e a uma cunhada, dois empresários que haviam emprestado dinheiro ao peemedebista, a uma pessoa que havia vendido um veículo a Aníbal e um advogado que trabalhou para ele em uma ação cível na comarca de Fortaleza.
Outros R$ 200 mil foram direcionados a duas empresas de construção civil e a um posto de gasolina cujos proprietários, segundo a Polícia Federal, são familiares do deputado estadual Roberto Mesquita (PSD-CE), amigo de Aníbal.
Renan Calheiros
A PF não indiciou Renan Calheiros (PMDB-AL), apenas Aníbal e Batista Sá.
Ao abrir o inquérito por ordem do STF, em 2015, a PF também apurava se Aníbal havia destinado parte dos recursos a Renan. O presidente do Senado é alvo de outras investigações derivadas da Operação Lava Jato.
Resposta
Sá e Mesquita não foram localizados pelo site para comentar sobre o assunto até a publicação da matéria, publicada às 12h desta terça-feira, 31.
O advogado Paulo Beta Neves morreu há cerca de um mês, em decorrência de problemas renais.
O deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) foi procurado pelo O POVO Online para comentar sobre o assunto, mas não foi localizado até esta publicação.
Em conversa com O POVO Online, a responsável pelo gabinete do deputado, em Brasília, informou que o parlamentar está se recuperando de uma cirurgia e que a sua volta à Câmara dos Deputados está prevista para setembro deste ano.
AUTOR: O POVO
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