Esta semana, nós perdemos um de nossos maiores atores, o Paulo Goulart. A atriz Nicette Bruno, companheira do Paulo, por mais de 60 anos, recebeu o Fantástico para falar dessa saudade enorme que ficou. Ela está, claro, muito abalada, mas ao mesmo tempo serena.
Nicette Bruno: Ele era muito especial. Eu agradeço muito, porque eu acho que foi um grande presente de Deus ter encontrado esse homem na minha vida.
A história de amor de Nicette Bruno e Paulo Goulart começou há 62 anos.
Fantástico: Como foi que você e o Paulo se conheceram?
Nicette: Nós nos conhecemos no teatro. Como sempre o teatro fez parte da nossas vida, sempre.
Ele, o galã. Ela, a mocinha. A estreia de Paulo no teatro foi ao lado de Nicette, os dois com 18 anos.
Nicette: Eu só comecei a olhar pra ele com algum interesse pra um namoro depois da estreia. Porque Abelardo Figueiredo, e que secretariava a companhia, disse: olha Nicette, vai ter namoro na companhia. E eu digo: ‘é mesmo? De quem?’.
Nicette Bruno: Ele era muito especial. Eu agradeço muito, porque eu acho que foi um grande presente de Deus ter encontrado esse homem na minha vida.
A história de amor de Nicette Bruno e Paulo Goulart começou há 62 anos.
Fantástico: Como foi que você e o Paulo se conheceram?
Nicette: Nós nos conhecemos no teatro. Como sempre o teatro fez parte da nossas vida, sempre.
Ele, o galã. Ela, a mocinha. A estreia de Paulo no teatro foi ao lado de Nicette, os dois com 18 anos.
Nicette: Eu só comecei a olhar pra ele com algum interesse pra um namoro depois da estreia. Porque Abelardo Figueiredo, e que secretariava a companhia, disse: olha Nicette, vai ter namoro na companhia. E eu digo: ‘é mesmo? De quem?’.
Fantástico: Não tinha nem notado, já havia o interesse dele.
Nicette: Ele disse assim, da mocinha com o galã. Eu digo, como? Sim, o Paulo tá apaixonado por você. Eu digo, é mesmo? E aí eu comecei a olhar pra ele com outros olhos.
Fantástico: Prestou atenção.
Nicette: Prestando atenção. E gostei, gostei.
Dois anos depois, casaram-se. Ao mesmo tempo em que a carreira do casal se consolidava na TV, a história de amor ganhava novos capítulos.
Fantástico: Vocês começaram pouco depois a construir a família, acho que dois anos depois.
Nicette: É, dois anos. Eu fiquei.
Fantástico: Dois anos veio a sua primeira filha.
Nicette: É, veio a Barbara.
Fantástico: A Barbara.
Nicette: Veio a Barbara, depois de quatro anos veio a Beth, depois de quatro anos veio o Paulinho.
Fantástico: E ao longo desses anos todos isso só uniu mais vocês.
Nicette: Claro, claro. Foi uma grande paixão, no início. Que foi se transformando num grande amor que nos uniu a vida inteira. Então ele sempre dizia pra mim: ‘estou te namorando’.
Eternos namorados que faziam questão de comemorar todos os anos juntos ao lado da família, que crescia - ganharam sete netos e duas bisnetas.
Fantástico: Como que você fazia pra agradá-lo esses anos todos, o que ele gostava em você?
Nicette: Olha, primeiro, eu procurava sempre estar arrumada. Nunca aparecer diante dele com uma aparência desagradável.
Fantástico: Nunca um creme na cara? Nunca um cabelo desarrumado?
Nicette: Nunca um bobby. Engraçado, a não ser nos camarins. Mas em casa ele nunca me viu desarrumada.
Fantástico: Ele era cavalheiro?
Nicette: Muito, meu Deus, com todos. Comigo em especial. Ele fazia as coisas, assim, que eu não esperava. Ele às vezes chegava com uma flor, deixava bilhetinhos pra mim. Ele era um homem muito especial, mesmo. Porque ele estava sempre com uma palavra amiga, ele estava sempre com uma lição a transmitir. E agora, o que ele deixa? Ele deixa essa grande saudade. Ele deixa essa grande lembrança. E essa grande paz.
Há três dias, Nicette teve que se despedir do homem da sua vida. Paulo morreu aos 81 anos, vítima de um câncer. Estava internado desde o começo do ano em um hospital em são Paulo.
Nicette: E nós todos dissemos pra ele: vai em paz, você agora não vai ter mais sofrimento. Você está livre. Foi a última coisa que nós dissemos pra ele e aí, lógico, eu desabei. Também não podia conseguir segurar, procurei segurar o máximo. Procurei me portar como ele gostaria. Ele nos últimos momentos sofreu muito. E não era justo que eu quisesse prendê-lo aqui com sofrimento, não. Não preciso prender. Ele já tá dentro de mim. E vai ficar eternamente.
Fantástico: Em que momentos você sente mais falta?
Nicette: Neste momento eu estou sentindo uma falta louca, né? Porque ele ficava atrás da câmera ele olhava e dizia ‘ok’ ou ‘não’ com sinais. De vez em quando vêm as ondas de saudade mais forte. De choro, de dor. A dor tá me acompanhando. Mas, em paz. Porque eu sei que foi o melhor pra ele.
Fantástico: Nicette, o que você gostaria de deixar pra ele como homenagem?
Nicette: Olha, eu disse o que gostaria de dizer pra ele no momento em que, nos últimos momentos, né? Que foi o agradecimento: ‘Amor enorme, te amo eternamente’.
AUTOR: FANTÁSTICO
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