Adolescentes infratores do Centro Educacional Patativa do Assaré, no bairro Ancuri, praticaram, uma rebelião que teve início às 17 horas de ontem, durante o horário de visita, e deixou cinco feridos, sendo três agentes e dois internos. Durante o motim, um dos garotos internado foi usado como refém. A vítima era ameaçada com uma espécie de cossoco, mas conseguiu fugir aproveitando um momento de distração dos colegas que comandavam o levante.
Segundo informações do titular da 5º Vara da Infância e da Juventude de Fortaleza, juiz Manuel Clístenes Façanha, que acompanhou a ação da Polícia Militar, seis adolescentes foram identificados como os articuladores do motim, inclusive um deles, de 17 anos, é autor de uma tentativa de latrocínio contra um motorista de ônibus, na Praia do Futuro. Ainda de acordo com o juiz, o adolescente já foi apreendido por assalto e respondia na Justiça em liberdade, mas após a tentativa de latrocínio sofreu uma regressão e foi internado no centro.
Parentes dos adolescentes internados informaram que estavam no interior do centro educacional quando começou a confusão. Alguns jovens passaram a atirar pedras e pedaços de madeira. O local ficou totalmente depredado, pois os revoltos quebraram pias, cerâmicas e vasos sanitários para usar como armas. Também queimaram os colchões e provocaram um incêndio. O Corpo de Bombeiros foi acionado. De acordo com o tenente BM Dacílio Nogueira, o sinistro foi controlado após 40 minutos. Várias alas foram totalmente destruídas, inclusive a cozinha, a sala de oficina e a biblioteca, onde só sobraram 12 livros. Os televisores e geladeiras também foram quebrados.
Superlotação
O juiz Manuel Clístenes informou que o Centro Educacional Patativa do Assaré funciona atualmente com o triplo da capacidade de adolescentes, são 171 adolescentes internados, quando a capacidade máxima é de 60. O titular da 5º Vara ressaltou que já havia se reunido, há cerca de 40 dias, com uma cúpula da Secretaria de Ação Social e diretores de centros educacionais, inclusive, o Patativa do Assaré, e teve acesso às informações de que poderia haver uma rebelião no local. O magistrado disse que alertou a direção do centro, mas foi informado de que não havia nenhum problema no local.
A rebelião de ontem é a quinta em apenas 12 meses. O juiz declarou que a primeira ocorreu em março do ano passado e, depois, foram várias ações de depredação e motins. O motivo do último motim ainda não foi divulgado, mas para o juiz, a superlotação tem dificultado a questão das visitas e aumentado o número de internos nos dormitórios. Neste mês foram liberados cerca de 30 adolescentes, porém entraram na casa outros 40.
Combate
No local, estavam viaturas do Comando Tático Motorizado (Cotam), Comando Tático Rural (Cotar), Companhia de Controle de Distúrbios Civis (CDC), todas do Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), além do Batalhão de Policiamento de Guarda de Presídios (BPGP).
Para conter os revoltosos, a tropa detonou granadas de efeito moral e isolou a área onde ficam os adolescentes que praticaram crimes como estupro.
Rebelião atinge também CPPL III
Um princípio de rebelião ocorreu, na tarde de ontem, na Casa de Privação Provisória da Liberdade III (CPPL III), no Município de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza.
O tumulto foi contido com a chegada ao local de policiais militares do Batalhão de Policiamento e Guarda de Presídios (BPGP), Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e de agentes do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP), da Secretaria da Justiça e da Cidadania (Sejus).
Em nota oficial à Imprensa, a Sejus informou que o tumulto ocorreu especificamente na Rua D, depois que um dos detentos ali recolhidos desacatou um agente penitenciário. Por conta disso, a direção da unidade prisional decidiu aplicar uma medida disciplinar, recolhendo-o na área de isolamento. Contudo, os demais internos tentaram impedir que o interno fosse retirado da Rua D. Alguns colchões foram queimados.
Reforço
Contudo, segundo a Assessoria de Comunicação da Sejus e a Polícia Militar informaram que não houve feridos nem registrada nenhuma fuga. Por volta das 17 horas, a situação foi contornada e os presos colocados nas respectivas celas. Mesmo assim, a segurança foi reforçada pela Polícia Militar para evitar novos episódios de violência.
A CPPL III faz parte do Complexo Penitenciário da Sejus, em Itaitinga, e é destinada aos presos provisórios e àqueles considerados de maior periculosidade, como assaltantes e traficantes.
AUTOR: DN
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