REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Em desespero, dois feirantes resistem a apreensão de mercadoria e são puxados por agentes do Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal. A cena segue com uma feirante passando mal. É possível ver a fumaça de bombas de efeito moral e ouvir tiros de bala de borracha, tosses e gritos de "covardes", tudo sob os olhares de fiscais da Prefeitura Municipal de Fortaleza. O registro em vídeo aconteceu no último sábado, 9, na esquina da avenida Alberto Nepomuceno e da rua José Avelino, no Centro, em que, há anos, os conflitos pelo uso do espaço público pela feira da Sé se arrastam.Conforme relata Eron Moreira, presidente da União dos Feirantes, a ação aconteceu porque os feirantes estavam na esquina das avenidas. "Eles deveriam ter conversado com os feirantes para que adentrassem a José Avelino, que é um espaço em que a feira tem permissão para acontecer", relata. Segundo ele, "não houve diálogo" e a Guarda Municipal foi "arbitrária e abusiva". "Muitas pessoas ficaram feridas, espancadas. Teve gente que foi parar em hospital", retoma.
Para o presidente da categoria, os conflitos e usos indevidos do espaço seriam resolvidos se um local fosse fornecido pela prefeitura para o funcionamento ordenado da feira. "A gente tem conta pra pagar, e está ali trabalhando. Não somos meliantes, não somos marginais, mas somos tratados se fossemos", conta.
O presidente adianta que boletins de ocorrência (B.O.) foram feitos e a denúncia contra a ação será encaminhada para a ouvidoria do órgão, da Assembleia Legislativa e da Câmara Municipal.
Guarda Municipal
Por meio de assessoria de comunicação, a Guarda Municipal afirmou que o órgão não faz apreensão de mercadorias e que a ação na feira tem por objetivo garantir a segurança dos munícipes e do trabalho dos fiscais. Quanto ao vídeo, a Guarda aponta que ele demonstra uma ação de resistência por parte dos feirantes. Foram usados spray de pimenta, bomba de efeito moral e balas de borracha como forma de dispersão. "Houve resistência e a Guarda teve de intervir". Os procedimentos da Guarda, conforme a assessoria, passa pela verbalização.
Quanto às denúncias de excessos, a assessoria informou que até o momento não foi comunicado sobre pessoas feridas por balas e que qualquer denúncia que possa vir a acontecer é acolhida, para que se analise a possibilidade da abertura de uma sindicância para apurar se houve excessos.
Secretaria Regional Centro
Questionada sobre fiscalização do espaço, sobre a possibilidade de um outro local para os feirantes e sobre a mercadorias apreendidas, a Secretaria Regional Centro (Sercefor) afirmou que a "fiscalização da feira do entorno da José Avelino é feita diariamente e intensificada às quartas, quintas, sábados e domingos, quando recebe reforço no quantitativo de auxiliares de fiscalização e fiscais, além da Guarda Municipal, SAMU, AMC, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Detran e Etufor".
De acordo com a Sercefor, as abordagens educativas e orientam os feirantes a respeitarem os locais, dias e horários permitidos no acordo firmado entre a Prefeitura e as lideranças da feira em 2013. "O último recurso é a apreensão da mercadoria".
Os horários permitidos são das 19h de quarta-feira às 07h de quinta-feira, e de 19h de sábado às 11h de domingo.
Os locais permitidos são na José Avelino, travessa Icó, Feirão do Viaduto e Governador Sampaio. Caso tenha a mercadoria apreendida, conforme o Código de Obras e Posturas do Município, o feirante possui um prazo de dois dias úteis para entrar com pedido de defesa e devolução do material.
"De acordo com o Código (Lei 5530/81), a Secretaria Regional Centro leva a solicitação para análise. Os produtos apreendidos são armazenados em um depósito e caso a Regional opte por não devolver, eles podem ser doados, por meio de processo de solicitação de doação, para entidades sem fins lucrativos legalmente constituídas", informa nota.
Veja vídeo:
AUTOR: O POVO
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