PF na casa do traficante espanhol, em condomínio de luxo na Barra (Foto: Osvaldo Praddo/Agência O Dia/Estadão Conteúdo)
Oliver Ortiz de Zarate Martins foi preso em casa - um apartamento triplex, no Jardim Oceânico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Contra ele, havia um mandado de prisão por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. De acordo com a PF, Oliver era proprietário da boate The Room, também na Barra, que fechou, e se preparava para abrir outra casa noturna na Lapa, Região Central da cidade.
As investigações contaram com a colaboração da Receita Federal, das polícias de Portugal e da Austrália e de agentes do Drug Enforcement Administration (DEA), dos Estados Unidos.
Estão na lista dos bens sequestrados do espanhol: um lote de 72 mil metros quadrados em Queimados; um lote de 36 metros quadrados em Queimados; apartamento na Barra da Tijuca; casa no Joá; prédio da boate The Room, na Lapa; filial da The Room, na Barra e a loja da academia Ordeza, também na Barra.
De acordo com o delegado Paulo Telles, Oliver vai responder pelo crime de lavagem de dinheiro e pode pegar pena de três até dez anos de prisão. Ele explicou que a rota do tráfico de cocaína para a Europa e a Austrália saía direto da Colômbia e seguia para seus destinos num veleiro.
"Ele não trafica no Brasil. Ele é um grande negociador, um grande fornecedor de drogas para a Austrália e a Europa. Na Austrália, o quilo da cocaína custa mais de R$ 100 mil. Aqui, ele era somente um espanhol com visto de permanência legal, casado e com filho. Um empresário, que embora mal sucedido, já que todos seus negócios faliram, tem um patrimônio de mais de R$ 20 milhões", explicou o delegado.
Bens apreendidos e investigação
Na casa do espanhol, a polícia apreendeu uma Ferrari, duas picapes Hilux, uma moto Harley Davidson, R$ 175 mil, US$ 150 mil e €110 mil. Não foram encontradas drogas ou armas.
Ainda de acordo com a PF, o espanhol não era procurado por nenhum organismo internacional, como a Interpol, por exemplo. Telles contou também que as investigações sobre Ortiz começaram há cerca de um ano, a pedido da polícia australiana. O pedido veio depois que os australianos aprenderam um veleiro com 300 quilos de cocaína e prenderam quatro espanhóis.
"Na ocasião a polícia australiana desconfiava de que o veleiro pertencia ao espanhol, mas não tinha como provar e nos alertou para ficarmos de olho nele. Passamos a investigá-lo e com a ajuda da Receita Federal vimos que ele tinha um patrimônio incompatível com os negócios que mantinha no Rio" acrescentou Telles, destacando que Ortiz mora no Brasil desde 2009.
Ferrari apreendida foi levada para o pátio da Polícia Federal (Foto: Alba Valéria Mendonça / G1)
AUTOR: G1/RJ
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