DELEGADO E A PAIXÃO PELO RÁDIO

Delegado Barbosa está no comando da delegacia do Pirambu há quatro anos. Mesmo com tantos crimes para investigar e produzir inquéritos, ele não deixa o hábito de ouvir música nos seus rádios e cultivar a fé no Padre Cícero FOTO: JOSÉ LEOMAR

O delegado José Jesuíta Barbosa Filho, 54, nascido no Município de General Sampaio (143Km de Fortaleza) atende no 7º DP (Pirambu) em seu um gabinete com três rádios, que tocam músicas de Luiz Gonzaga e possuem mais de 60 anos.

Os aparelhos foram herdados pelos avós e enchem os olhos de quem entra no espaço. As várias imagens e obras de arte mostram a devoção por Padre Cícero e pela cultura regional. O 7º DP é uma delegacia plantonista que atua contra os crimes zona Oeste da Capital cearense. 

Além da área do Pirambu, o distrito também cobre os bairros do Monte Castelo, Presidente Kennedy, Barra do Ceará, Quintino Cunha, Goiabeiras e uma parte do Cristo Redentor. O distrito conta com 28 inspetores, sendo que 12 entraram recentemente, oriundos do último concurso.

Com mais de 12 anos de carreira no Ceará, Barbosa trabalha naquela delegacia há quatro anos. Atendendo a população formada por pequenos comerciantes, pescadores e pessoas carentes. Um desafio que ele também enfrentou quando foi titular do 32º DP, que cobre a área do ´Território da Paz´, no Bom Jardim. 

"Trabalhei no Conjunto Industrial, em Aquiraz e também no Pará. O Grande Pirambu é formado por pescadores e pequenos comerciantes. Tem muita gente boa aqui. A nossa e estrutura também tem melhorado com a chegada dos novos inspetores e já temos duas viaturas".

Segundo o delegado Barbosa, o maior problema da área é a droga. Tanto pelos jovens usuários, que começam a roubar para sustentar o vício, quanto pelos traficantes, que vendem entorpecentes e protagonizam violentas disputas territoriais.

O titular exemplificou a situação falando da prisão do jovem Magaive Bernardo Marques, 24, há duas semanas. Ele havia invadido uma igreja evangélica, na área do Pirambu. 

O vício das drogas fez com que o rapaz retirasse as telhas de um templo religioso e furtasse os instrumentos musicais, aparelhos de som e até a lâmpada que fazia a iluminação do salão onde funcionava a igreja. Magaive foi preso quatro vezes, três foram por roubo e uma por porte ilegal de arma de fogo.

Segundo o relato do delegado, um dos casos marcantes que ocorreram no distrito foi a prisão dos acusados do latrocínio (roubo seguido de morte), cujo a vítima era um comerciante conhecido como Neto, bastante querido pela população do Pirambu. 

A Polícia conseguiu identificar os acusados por meio de uma câmera de segurança instalada na rua onde ocorreu o crime. E assim os dois suspeitos foram autuados.

AUTOR:DN