Imagem da polícia mostra silo onde ocorreu acidente fatal em Canarana. (Foto: Polícia Civil)
Um trabalhador de um silo de armazenagem de soja localizado em Canarana, município distante 838 quilômetros de Cuiabá, morreu na tarde desta quinta-feira (2) após ser sugado pela hélice que triturava os grãos. De acordo com o delegado Suede Dias, responsável pelo caso, o acidente aconteceu no momento em que o funcionário e mais dois colegas realizavam um trabalho de limpeza do equipamento. O silo tem capacidade de 100 mil sacas com 60 kg cada.
“Para este tipo de serviço, é necessário que a hélice esteja ligada, o que ocasiona risco muito grande para o trabalhador. Além disso, em muitos casos, esse tipo de trabalho não possui regulamentação'', pontuou o delegado em entrevista ao G1. A polícia irá investigar também se o funcionário portava algum equipamento de segurança durante o trabalho.
Ainda segundo o delegado, no momento do acidente, os colegas tentaram resgatar a vítima, mas quase foram ser sugados pelo maquinário. Um dos funcionários conseguiu desligar o equipamento, porém, o corpo do trabalhador já havia sido triturado. A Polícia Civil fez o isolamento do local para a realização de perícia e deverá ouvir a direção da empresa para apurar a responsabilidade no acidente.
A equipe de reportagem tentou falar com a diretoria da empresa, no entanto, ela não quis se posicionar sobre o assunto.
Acidentes
O delegado Suede Dias relatou que já é o sétimo trabalhador que morre em silos de armazenagens de grãos, somente neste ano em todo o estado. Muitos casos, os acidentes são ocasionados pela falta de estrutura dos locais e segurança. No último dia 21 de abril, por exemplo, quatro trabalhadores morreram soterrados após um armazém desabar. Ainda conforme a Polícia Civil, as vítimas faziam a limpeza do local, quando uma das estruturas de metal que armazenava soja se rompeu e caiu sobre elas.
“É urgente a fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego sobre as condições dos silos de armazenagem, já que a maioria deles não possui sequer um técnico de segurança do trabalho. Estes acidentes têm sido constantes e tem que haver alguma forma de diminuir os índices'', alertou o delegado.
AUTOR: G1/MT
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