Operação apreendeu R$ 4 mil em espécie nesta sexta-feira. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
A operação “Blackout”, desencadeada nesta sexta-feira (24) em Mato Grosso do Sul, revelou detalhes de como se organiza uma facção criminosa que atua dentro e fora de presídios. Segundo as investigações, líderes do grupo realizam um tribunal paralelo para julgar ações de faccionados e as apurações confirmam pelo menos três mortes após julgamentos.
Além disso, o grupo faz uma espécie de “rifa” entre os integrantes e a cobrança de R$ 400 por mês. Quem não paga entra para uma espécie de livro negro, sob risco de morrer. Todo dinheiro é arrecadado para financiar a organização.
A ação foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Polícia Militar e Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) com objetivo de desmobilizar a facção.
A ação foi desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Polícia Militar e Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) com objetivo de desmobilizar a facção.
A articulação se estende a unidades prisionais de todo país e possui integrantes no Paraguai, Bolívia e Peru. Desde março deste ano, o grupo tinha como alvos servidores ligados à Segurança Pública do estado como PMs e agentes penitenciários. Pelo menos quatro atentados, como a um policial militar que atua na região do bairro Moreninhas, foram evitados no período.
Segundo o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco e um dos responsáveis pela ação, os tribunais realizados pela facção são compostos por pelo menos quatro julgadores. As investigações apontaram sobre um detento morto em Três Lagoas após a facção descobrir que ele utilizou o nome do grupo para cobrar uma dívida, considerando o ato como traição.
O preso foi morto e a causa do óbito foi apontada como overdose. No entanto, segundo o promotor, integrantes do grupo asfixiaram a vítima e depois introduziram quantidade de cocaína pela boca do homem com um tubo de caneta. Outro caso é de 2009, quando uma mulher ligada ao grupo, mas que estava fora do presídio, foi morta após ser julgada pelo tribunal paralelo.
O promotor considera que os resultados da operação vão dificultar a rotina da facção por meio do bloqueio de contas bancárias e sequestro dos valores, prisão dos comparsas, isolamento das lideranças, cortando a comunicação entre eles. No entanto, considera ser pouco provável que a organização cesse as ações.
Atuação
Para Marcos Alex, o grupo, que tem o comando principal em penitenciárias de São Paulo, utiliza a fronteira de Mato Grosso do Sul para a execução dos crimes. “Mato Grosso do Sul é território chave para a facção”, disse. Todos os líderes identificados na “Blackout” foram presos. Na ação também foram apreendidas anotações encontradas com os detentos e R$ 4 mil em espécie.
Segundo o promotor de Justiça Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco e um dos responsáveis pela ação, os tribunais realizados pela facção são compostos por pelo menos quatro julgadores. As investigações apontaram sobre um detento morto em Três Lagoas após a facção descobrir que ele utilizou o nome do grupo para cobrar uma dívida, considerando o ato como traição.
O preso foi morto e a causa do óbito foi apontada como overdose. No entanto, segundo o promotor, integrantes do grupo asfixiaram a vítima e depois introduziram quantidade de cocaína pela boca do homem com um tubo de caneta. Outro caso é de 2009, quando uma mulher ligada ao grupo, mas que estava fora do presídio, foi morta após ser julgada pelo tribunal paralelo.
O promotor considera que os resultados da operação vão dificultar a rotina da facção por meio do bloqueio de contas bancárias e sequestro dos valores, prisão dos comparsas, isolamento das lideranças, cortando a comunicação entre eles. No entanto, considera ser pouco provável que a organização cesse as ações.
Atuação
Para Marcos Alex, o grupo, que tem o comando principal em penitenciárias de São Paulo, utiliza a fronteira de Mato Grosso do Sul para a execução dos crimes. “Mato Grosso do Sul é território chave para a facção”, disse. Todos os líderes identificados na “Blackout” foram presos. Na ação também foram apreendidas anotações encontradas com os detentos e R$ 4 mil em espécie.
Promotor (ao centro) admite que facção não deve cessar ações. (Foto: Fabiano Arruda/G1 MS)
Segundo ele, desde março, quando a investigação teve início após a morte de um policial militar aposentado em Três Lagoas, a ação identificou 328 membros.
Foram listadas 140 contas bancárias, inclusive de pessoas jurídicas, que eram utilizadas para dissimular o dinheiro movimentado pelo tráfico de drogas e roubo. Conforme o promotor, ao todo, 133 contas bancárias foram bloqueadas. Entre novembro de 2012 e fevereiro deste ano, pelo menos R$ 3 milhões foram movimentados.
Ainda conforme o coordenador do Gaeco, dos 55 mandados de prisão expedidos na operação, 43 foram cumpridos, o restante é considerado foragido no estado. Do total, 38 estavam presos e 25 já foram transferidos para o presídio federal de Campo Grande. Todos responderão por formação de quadrilha. “O Ministério Público já os denunciou à Justiça e eles não serão mais investigados e passarão a ser processados. Os presos também perderão qualquer benefício [no sistema prisional]”.
O comandante-geral da Polícia Militar em MS, Carlos Alberto David dos Santos, afirmou ao G1que a corporação tem conhecimento da identidade dos foragidos e as cidades em que os criminosos devem estar escondidos. Segundo ele, a PM já tem equipes empenhadas na caça aos foragidos.
Problema recorrente
As investigações apontaram que a quadrilha dava comando de atentados, bem como se articulava em outros crimes, com o uso de celulares. O diretor-presidente da Agepen, Deusdete Oliveira, admitiu que o trabalho de monitorar a entrada de celulares em presídios, problema recorrente no estado, é complexo por conta do volume de visitantes aos finais de semana. Só no presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, o número chega a quatro mil, segundo ele.
Deusdete afirma que não é possível monitorar mais de 11 mil presos. Dessa forma, o serviço de inteligência da Agepen prefere se concentrar no monitoramento das principais lideranças criminosas. Ele voltou a afirmar que a principal medida para enfrentar o problema é a instalação de um bloqueador de sinal de celulares.
Para o promotor Marcos Alex, o primeiro passo de combate à facção é impedir que os integrantes se comuniquem. "Se não for estrangulada essa comunicação continuaremos a vivenciar essa situação de coordenação de crimes por detentos".
AUTOR: G1/MS
Segundo ele, desde março, quando a investigação teve início após a morte de um policial militar aposentado em Três Lagoas, a ação identificou 328 membros.
Foram listadas 140 contas bancárias, inclusive de pessoas jurídicas, que eram utilizadas para dissimular o dinheiro movimentado pelo tráfico de drogas e roubo. Conforme o promotor, ao todo, 133 contas bancárias foram bloqueadas. Entre novembro de 2012 e fevereiro deste ano, pelo menos R$ 3 milhões foram movimentados.
Ainda conforme o coordenador do Gaeco, dos 55 mandados de prisão expedidos na operação, 43 foram cumpridos, o restante é considerado foragido no estado. Do total, 38 estavam presos e 25 já foram transferidos para o presídio federal de Campo Grande. Todos responderão por formação de quadrilha. “O Ministério Público já os denunciou à Justiça e eles não serão mais investigados e passarão a ser processados. Os presos também perderão qualquer benefício [no sistema prisional]”.
O comandante-geral da Polícia Militar em MS, Carlos Alberto David dos Santos, afirmou ao G1que a corporação tem conhecimento da identidade dos foragidos e as cidades em que os criminosos devem estar escondidos. Segundo ele, a PM já tem equipes empenhadas na caça aos foragidos.
Problema recorrente
As investigações apontaram que a quadrilha dava comando de atentados, bem como se articulava em outros crimes, com o uso de celulares. O diretor-presidente da Agepen, Deusdete Oliveira, admitiu que o trabalho de monitorar a entrada de celulares em presídios, problema recorrente no estado, é complexo por conta do volume de visitantes aos finais de semana. Só no presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, o número chega a quatro mil, segundo ele.
Deusdete afirma que não é possível monitorar mais de 11 mil presos. Dessa forma, o serviço de inteligência da Agepen prefere se concentrar no monitoramento das principais lideranças criminosas. Ele voltou a afirmar que a principal medida para enfrentar o problema é a instalação de um bloqueador de sinal de celulares.
Para o promotor Marcos Alex, o primeiro passo de combate à facção é impedir que os integrantes se comuniquem. "Se não for estrangulada essa comunicação continuaremos a vivenciar essa situação de coordenação de crimes por detentos".
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