CAMPEÃ DE LUTA REAGE E EVITA ASSALTO À ÔNIBUS, EM CAMPINAS (SP)

Uma cobradora que já foi campeã paulista de luta de braço reagiu a um assalto e bateu em um ladrão, na quinta-feira (20), em um ônibus circular de Campinas (SP). Veridiana Gama, de 34 anos, diz que só colocou o assaltante para correr porque viu que ele não estava armado. "Eu o enchi de porrada", contou. Após ser agredido, o criminoso fugiu sem levar nada.

Segundo a cobradora, que trabalha há três anos na função, a tentativa de assalto ocorreu durante a noite, no meio da viagem entre o Jardim Santa Mônica e o Centro de Campinas. O autor do crime entrou no ônibus e se sentou no banco logo atrás do motorista. Em seguida, ele quebrou a câmera de segurança do veículo, pediu que o motorista seguisse no percurso e ordenou que a cobradora entregasse o dinheiro do caixa.

"Eu disse para ele mesmo pegar. Quando ele colocou a mão no caixa, eu dei uma 'braçada' nele. Dentro do ônibus mesmo, eu o 'enchi de porrada'", disse a cobradora. Veridiana contou que havia apenas dois passageiros no coletivo e que, por isso, ela estava em pé durante esse trecho da viagem.

Ao perceber o assalto, o motorista parou o ônibus em frente a um bar e a cobradora avisou que estava sendo assaltada. O criminoso ainda apanhou de algumas outras pessoas, antes de fugir pela rodovia Dom Pedro I. Veridiana, que diz ser uma pessoa "calma e tranquila", contou que foi fácil perceber que o assaltante não estava armado.

"Ladrão que é ladrão já chega mostrando a arma. Quando ele mandou eu dar o dinheiro, olhei bem no olho dele e perguntei: 'por que você vai fazer isso? Vai me roubar mesmo?'", lembrou. Após ligar para a empresa onde trabalha, Veridiana foi levada a um pronto-socorro, já que sua mão direita sofreu uma luxação de tanto bater no assaltante. A cobradora também foi até o 5º DP registrar um boletim de ocorrência da tentativa de assalto.

Campeã de luta de braço
Até 2007, Veridiana participava de competições de luta de braço e chegou a ganhar o título paulista da modalidade. Ela só parou de competir porque precisava ganhar dinheiro. "Eu morava sozinha, pagava aluguel e não podia mais me dedicar às competições, pois precisava me sustentar. Mas gostava muito de competir. Era uma atividade que deixa a mente tranquila", contou.

A cobradora afirmou que nunca treinou nenhum tipo de arte marcial, mas que, quando era criança, costumava observar os irmãos lutarem kung-fu. "Meu filho de dez anos luta também. Mas eu nunca tive a oportunidade de aprender", disse.

AUTOR: G1/SP