Em recentes operações, a Polícia cearense conseguiu apreender grandes carregamentos de drogas. O desafio para as autoridades da Justiça é manter atrás das grades os chefes do tráfico FOTO: ALEX COSTA
A Justiça cearense prepara mais um mutirão com o objetivo de ´desencalhar´ e dar celeridade a centenas de processos que tramitam no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. O ´alvo´ agora são aqueles que estão em tramitação nas três varas que tratam, especificamente, do crime de tráfico de entorpecentes.
O mutirão ganha um aspecto importante pois é o tráfico de drogas, conforme as autoridades, o principal ´combustível´ da elevação dos crimes de homicídio no Ceará, principalmente, nos bairros periféricos da Capital e na região metropolitana.
Mortes
Os assassinatos por ´acerto de conta´ entre traficantes e usuários de drogas como crack, maconha, cocaína e psicotrópicos tem elevado os índices da criminalidade de forma preocupante. E o pior, a maioria das vítimas são jovens e adolescentes. É a juventude sendo dizimada.
O Judiciário espera acelerar os processos em que dezenas de pessoas figuram como autoras dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e, consequentemente, a formação de quadrilha. Outros delitos se associam irremediavelmente ao comércio de entorpecentes, como os homicídios, roubos, latrocínios e a receptação.
O mutirão está sendo organizado pelo Grupo de Auxílio Para a Redução do Congestionamento de Processos Judiciais da Comarca de Fortaleza, que é presidido pela juíza Joriza Magalhães Pinheiro.
No seu site, o Tribunal de Justiça do Estado não revela o número de processos que estão pendentes nas três Varas específicas para o julgamento dos casos de tráfico de drogas. Contudo, informa que a mobilização também tem por objetivo montar uma força-tarefa para a agilização das audiências.
Contribuição
Além dos membros do grupo que dá auxílio aos juízes para a redução do congestionamento processual, deverão fazer parte da força-tarefa integrantes de outras instituições, como a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará (OAB-CE); o Ministério Público Estadual (MPE) e a Defensoria Pública do Estado.
"A participação dessas instituições é essencial para o êxito da iniciativa", ressalta a juíza Joriza Magalhães. Na semana passada, a magistrada teve uma reunião com os juízes das três Varas de Entorpecentes de Fortaleza e com os diretores das respectivas secretarias.
Priorizar
A data para o início do mutirão ainda não foi marcada, mas, logo na primeira reunião, as autoridades decidiram que será dada prioridade aos processos mais antigos, buscando, dessa forma, proporcionar maior fluidez nas audiências e nos julgamentos dos autos que estão pendentes.
Assassinatos por ´acerto de contas´
A Justiça cearense prepara mais um mutirão com o objetivo de ´desencalhar´ e dar celeridade a centenas de processos que tramitam no Fórum Clóvis Beviláqua, em Fortaleza. O ´alvo´ agora são aqueles que estão em tramitação nas três varas que tratam, especificamente, do crime de tráfico de entorpecentes.
O mutirão ganha um aspecto importante pois é o tráfico de drogas, conforme as autoridades, o principal ´combustível´ da elevação dos crimes de homicídio no Ceará, principalmente, nos bairros periféricos da Capital e na região metropolitana.
Mortes
Os assassinatos por ´acerto de conta´ entre traficantes e usuários de drogas como crack, maconha, cocaína e psicotrópicos tem elevado os índices da criminalidade de forma preocupante. E o pior, a maioria das vítimas são jovens e adolescentes. É a juventude sendo dizimada.
O Judiciário espera acelerar os processos em que dezenas de pessoas figuram como autoras dos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e, consequentemente, a formação de quadrilha. Outros delitos se associam irremediavelmente ao comércio de entorpecentes, como os homicídios, roubos, latrocínios e a receptação.
O mutirão está sendo organizado pelo Grupo de Auxílio Para a Redução do Congestionamento de Processos Judiciais da Comarca de Fortaleza, que é presidido pela juíza Joriza Magalhães Pinheiro.
No seu site, o Tribunal de Justiça do Estado não revela o número de processos que estão pendentes nas três Varas específicas para o julgamento dos casos de tráfico de drogas. Contudo, informa que a mobilização também tem por objetivo montar uma força-tarefa para a agilização das audiências.
Contribuição
Além dos membros do grupo que dá auxílio aos juízes para a redução do congestionamento processual, deverão fazer parte da força-tarefa integrantes de outras instituições, como a Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Ceará (OAB-CE); o Ministério Público Estadual (MPE) e a Defensoria Pública do Estado.
"A participação dessas instituições é essencial para o êxito da iniciativa", ressalta a juíza Joriza Magalhães. Na semana passada, a magistrada teve uma reunião com os juízes das três Varas de Entorpecentes de Fortaleza e com os diretores das respectivas secretarias.
Priorizar
A data para o início do mutirão ainda não foi marcada, mas, logo na primeira reunião, as autoridades decidiram que será dada prioridade aos processos mais antigos, buscando, dessa forma, proporcionar maior fluidez nas audiências e nos julgamentos dos autos que estão pendentes.
Assassinatos por ´acerto de contas´
Jovens e adolescentes estão na mira dos criminosos que trabalham para o tráfico. Dívidas de drogas quase sempre são quitadas com a própria vida dos devedores, fazendo crescer os índices dos homicídios em todo o País FOTO: FABIANE DE PAULA
"O aumento da ocorrência de vários outros crimes, como homicídios e roubos, está diretamente ligado ao crescimento do tráfico de drogas".
A explicação da juíza de Direito Joriza Magalhães Pinheiro, coordenadora do Grupo de Auxílio Para a Redução do Congestionamento de Processos Judiciais da Comarca de Fortaleza, tem respaldo nas estatísticas criminais do País.
Autoridades ligadas ao assunto fecham questão quanto a isto, muito embora alguns "especialistas" de plantão teimem em não querer admitir o fato, ou procurem outras explicações.
Em Fortaleza e sua região metropolitana, assim, como de resto, em todo o Estado e País inteiro, o salto no número de assassinatos revela o crescimento do poder de fogo dos traficantes e de seus ´braços armados´.
Armados
"O aumento da ocorrência de vários outros crimes, como homicídios e roubos, está diretamente ligado ao crescimento do tráfico de drogas".
A explicação da juíza de Direito Joriza Magalhães Pinheiro, coordenadora do Grupo de Auxílio Para a Redução do Congestionamento de Processos Judiciais da Comarca de Fortaleza, tem respaldo nas estatísticas criminais do País.
Autoridades ligadas ao assunto fecham questão quanto a isto, muito embora alguns "especialistas" de plantão teimem em não querer admitir o fato, ou procurem outras explicações.
Em Fortaleza e sua região metropolitana, assim, como de resto, em todo o Estado e País inteiro, o salto no número de assassinatos revela o crescimento do poder de fogo dos traficantes e de seus ´braços armados´.
Armados
Armas de grosso calibre, como pistolas de uso restrito das forças da Segurança, são constantemente apreendidas em poder dos traficantes FOTO: BRUNO GOMES
Nos bairros periféricos das grandes cidades, e também no Interior, a Polícia tem se defrontado, cada vez mais, com um imenso número de jovens e adolescentes que praticam delitos a mando dos traficantes. Os mercadores de drogas armam seus ´soldados´ ou ´aviões´, para eliminar os traficantes rivais ou os usuários que recebem as drogas, consomem e não pagam.
Além do envolvimento isolado ou de grupos de jovens, as autoridades têm constatado que já há famílias inteiras que se dedicam, exclusivamente, a traficar.
Um exemplo disso aconteceu quando a Polícia Civil cearense e o Ministério Estadual montaram uma investigação sigilosa no Interior cearense e descobriram, recentemente, que uma família era quem comandava o tráfico em, pelo menos, oito Municípios, a partir do litoral Oeste do Estado. "Eles eram temidos, ninguém ousava sequer falar deles", disse o delegado Pedro Viana, titular da Delegacia de Narcóticos (Denarc). A operação policial e do MPE abrangeu as cidades de Granja, Barroquinha, Tianguá, Jijoca de Jericoacoara, Camocim, Itarema, Novo Oriente e Jaguaribe.
Na conclusão da operação, pelos menos, 26 pessoas acabaram presas, entre elas, os chefes da organização criminosa, os irmãos Antônio Nilson do Amaral de Sousa, o ´Antônio Rouco´; e Adriano Amaral de Sousa, o ´Didi´. Os dois atuavam com a colaboração da própria mãe, Hilda Francisca do Amaral de Sousa, a ´Hilda Furação´, além das mulheres deles. Também era tido como um dos ´cabeças´ da quadrilha um ex-policial militar, identificado como José Eriberto de Aguiar Monteiro, o ´Sargento Aguiar´ ou ´Pica-Pau´.
Nos bairros periféricos das grandes cidades, e também no Interior, a Polícia tem se defrontado, cada vez mais, com um imenso número de jovens e adolescentes que praticam delitos a mando dos traficantes. Os mercadores de drogas armam seus ´soldados´ ou ´aviões´, para eliminar os traficantes rivais ou os usuários que recebem as drogas, consomem e não pagam.
Além do envolvimento isolado ou de grupos de jovens, as autoridades têm constatado que já há famílias inteiras que se dedicam, exclusivamente, a traficar.
Um exemplo disso aconteceu quando a Polícia Civil cearense e o Ministério Estadual montaram uma investigação sigilosa no Interior cearense e descobriram, recentemente, que uma família era quem comandava o tráfico em, pelo menos, oito Municípios, a partir do litoral Oeste do Estado. "Eles eram temidos, ninguém ousava sequer falar deles", disse o delegado Pedro Viana, titular da Delegacia de Narcóticos (Denarc). A operação policial e do MPE abrangeu as cidades de Granja, Barroquinha, Tianguá, Jijoca de Jericoacoara, Camocim, Itarema, Novo Oriente e Jaguaribe.
Na conclusão da operação, pelos menos, 26 pessoas acabaram presas, entre elas, os chefes da organização criminosa, os irmãos Antônio Nilson do Amaral de Sousa, o ´Antônio Rouco´; e Adriano Amaral de Sousa, o ´Didi´. Os dois atuavam com a colaboração da própria mãe, Hilda Francisca do Amaral de Sousa, a ´Hilda Furação´, além das mulheres deles. Também era tido como um dos ´cabeças´ da quadrilha um ex-policial militar, identificado como José Eriberto de Aguiar Monteiro, o ´Sargento Aguiar´ ou ´Pica-Pau´.
Drogas como crack e cocaína foram apreendidas nas operações da Denarc e Coin, em 2012 FOTO: PATRÍCIA RAPOSO
Também foram capturados o empresário José Haroldo Ximenes Coutinho (dono de uma madeireira e de posto de combustível em Novo Oriente), João Batista Maia Maciel, o ´Amnésia´; Daniel Benício Meneses da Silva, o ´Niel´; Jadson Rafael de Lima Silva, o ´Rafael Pernambucano´; Ranilson Geovane Pereira Tavares, e Antônio Marcelino do Nascimento Filho, o ´Careca´.
Há duas semanas, em outra operação de inteligência, agentes da Coin desarticularam uma quadrilha, em Messejana, com 660 quilos de maconha.
´Chefões´ foram presos em 2012 e já estão soltos
No ano passado, uma ação conjunta da Polícia Civil cearense, através de sua Delegacia de Narcóticos (Denarc), e da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), por meio de sua Coordenadoria Integrada de Inteligência (Coin), desarticulou uma verdadeira rede criminosa de traficantes que agia em diferentes bairros e comunidades da Grande Fortaleza.
Os ´peixes grandes´ do tráfico acabaram sendo presos, mas, inexplicavelmente, a maioria já está novamente em liberdade, apesar do um vasto elenco de provas que as autoridades conseguiram reunir mostrando a liderança dos acusados no comércio de entorpecentes.
Nomes
Entre os bandidos presos estavam, Gabriela Bonfim, a ´Gaby´ (chefe do tráfico na Praia de Iracema), Ronaldo Santos, o ´Ratão´ (comandava o tráfico no Siqueira); Lucivando Silva, o ´Lu´ (preso em Messejana com 260 quilos de maconha paraguaia); Rogério de Sousa, o ´Rogerinho´ (traficante que chefiava o crime no Pirambu); Raimundo Guedes, o ´Raimundinho da Padaria´ (comandava a venda de cocaína e crack na Maraponga) e outros considerados ´chefões´.
AUTOR: DN
Também foram capturados o empresário José Haroldo Ximenes Coutinho (dono de uma madeireira e de posto de combustível em Novo Oriente), João Batista Maia Maciel, o ´Amnésia´; Daniel Benício Meneses da Silva, o ´Niel´; Jadson Rafael de Lima Silva, o ´Rafael Pernambucano´; Ranilson Geovane Pereira Tavares, e Antônio Marcelino do Nascimento Filho, o ´Careca´.
Há duas semanas, em outra operação de inteligência, agentes da Coin desarticularam uma quadrilha, em Messejana, com 660 quilos de maconha.
´Chefões´ foram presos em 2012 e já estão soltos
No ano passado, uma ação conjunta da Polícia Civil cearense, através de sua Delegacia de Narcóticos (Denarc), e da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), por meio de sua Coordenadoria Integrada de Inteligência (Coin), desarticulou uma verdadeira rede criminosa de traficantes que agia em diferentes bairros e comunidades da Grande Fortaleza.
Os ´peixes grandes´ do tráfico acabaram sendo presos, mas, inexplicavelmente, a maioria já está novamente em liberdade, apesar do um vasto elenco de provas que as autoridades conseguiram reunir mostrando a liderança dos acusados no comércio de entorpecentes.
Nomes
Entre os bandidos presos estavam, Gabriela Bonfim, a ´Gaby´ (chefe do tráfico na Praia de Iracema), Ronaldo Santos, o ´Ratão´ (comandava o tráfico no Siqueira); Lucivando Silva, o ´Lu´ (preso em Messejana com 260 quilos de maconha paraguaia); Rogério de Sousa, o ´Rogerinho´ (traficante que chefiava o crime no Pirambu); Raimundo Guedes, o ´Raimundinho da Padaria´ (comandava a venda de cocaína e crack na Maraponga) e outros considerados ´chefões´.
AUTOR: DN
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