José de Jesus Ferreira, apesar dos cinco tiros que levou, e dois projéteis ainda alojados no corpo, voltou a trabalhar e é modelo para colegas FOTO: KIKO SILVA
O iraniano Farhad Marvizi , segundo a Polícia Federal, mandava matar desafetos para tentar apagar rastros de crimes FOTO: FERNANDA OLIVEIRA/AGÊNCIA DIÁRIO
Está marcado para as 9h30 desta segunda-feira o julgamento de Mayron Silva de Lima, um dos acusados de participar do atentado contra o auditor fiscal da Receita Federal José de Jesus Ferreira, crime cometido em 9 de dezembro de 2008. O julgamento ocorrerá no prédio da sede da Justiça Federal (32ª Vara), em Fortaleza.
José de Jesus era chefe da Divisão de Combate ao Contrabando e ao Descaminho da Receita Federal do Brasil (Direp), e investigava à época um grande esquema do crime organizado, liderado pelo iraniano Farhad Marvizi. Conforme os trabalhos conduzidos por Jesus, foi descoberto contrabando de produtos pela quadrilha de Marvizi através do porto do Mucuripe.
Por volta do meio-dia de 9 de dezembro de 2008, após deixar o posto de trabalho, Jesus se dirigia à residência em que morava, conduzindo uma Toyota Hilux. Na Rua José Lino, no bairro da Varjota, Jesus Ferreira foi surpreendido por dois homens armados, a bordo de uma motocicleta. Os criminosos dispararam contra o auditor fiscal usando pistolas calibre 9 mm e 380.
Mesmo baleado, o auditor ainda conseguiu dirigir a caminhonete até a Rua Meruoca, onde, então, perdeu os sentidos. Descontrolada, a Hilux se chocou contra uma árvore e, depois, colidiu no portão de alumínio de uma residência. Com a vítima já bastante ferida, o homem que estava na garupa da moto ainda se aproximou e efetuou dois disparos contra Jesus.
Mayron Silva de Lima confessou ter participado do crime. Durante as investigações, ele apontou a participação de outros dois homens no atentado. Um deles é Lucivaldo Pereira Ferreira que, segundo o processo, pilotava a moto no dia do crime. O segundo é Alex Nogueira Pinto que teria repassado informações sobre a localização do Auditor Fiscal no dia do crime. O iraniano foi o mandante do atentado.
Justiça
O auditor fiscal, após seis anos do atentado, diz que quer ver a Justiça ser feita. Apesar dos cinco tiros que levou - três na cabeça e dois nas costas, e de ainda possuir dois projéteis alojados no corpo, o homem voltou a trabalhar, em funções especiais.
Jesus ainda está em tratamento fisioterápico. O plano de saúde não cobre todas as despesas, e parte é paga pelo sindicato dos auditores fiscais.
"Minha expectativa é que seja feita Justiça nesse julgamento e que a gente possa ter certeza de que o crime neste País não vai compensar. Já conseguimos com a Justiça Federal que fosse julgado o mandante, que foi condenado a 20 anos e atualmente se encontra cumprindo pena em presídio de segurança máxima, e agora aguardamos que os executores da ação também sejam condenados", disse.
O auditor fiscal lamenta a rotina da vida, que foi alterada substancialmente em virtude dos ferimentos causados no atentado em que foi vítima. O homem, que chegou a perder os movimentos das pernas, voltou a andar mas ainda apresenta sequelas das lesões a bala.
"Minha vida deu um giro de 360º. Fiquei tetraplégico, mas voltei a andar e voltei a trabalhar com a força de Deus, depois de dois anos. Posso dizer que vivo em prisão domiciliar. Me desloco acompanhado de seguranças e não tenho mais liberdade de estar em local aberto. Esta quadrilha é muito perigosa e não sei quantos membro ainda hoje circulam na cidade. Os criminosos estão sendo condenados mas eu vivo preso, pois não posso estar em locais abertos", frisou.
Segundo o auditor fiscal, tudo aconteceu sem sequer ter recebido alguma ameaça antes do atentado. Conforme a vítima, a única motivação dos criminosos foi retaliação ao trabalho desenvolvido na Direp.
"Aconteceu somente por eu estar cumprindo meu dever. Mudei de funções, mas meu pensamento continua esse, de que não podemos nem devemos, como servidores públicos, recuar. Temos que exercer nossa atividade e continuar com o cumprimento da Lei. Não podemos deixar que o crime e os criminosos determinem a maneira de ser das pessoas. Se pudesse, faria tudo de novo. Não me arrependo de ter cumprido a Lei", determinou.
Para os colegas, a forma como Jesus encara a situação da qual foi vítima, bem como a maneira como leva as funções públicas, servem de exemplo.
"Ele é um símbolo para todos nós, de como se deve ser um funcionário público, além de representar a fragilidade com que o Estado trata seus agentes, relatou o também auditor fiscal Marcelo Maciel.
"A sociedade tem que perceber que quando compra um produto 'pirata' está financiando estes criminosos, disse Ednílson Bernardino, atual presidente do sindicato dos auditores.
AUTOR: DN
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