A vida de Nega – apelido para preservar a identidade – mudou desde uma das manhãs de janeiro de 2011 quando foi arrebatada para dentro do mato pelo seu próprio pai numa verdadeira fúria sexual. Ela voltava da escola pela estrada carroçável que dá acesso ao Sítio Barro Branco, na zona rural de Barbalha, quando teve o seu braço puxado por José Gregório dos Santos, de 41 anos, o qual se encontrava escondido por trás de uma árvore.
Ao contrário das vezes anteriores quando vinha acompanhada de uma prima, a menor M. A. D. S., que, no dia 25 de abril completará 18 anos, estava sozinha. Ela foi amordaçada com um pano na boca e amarrada pelo pai que passou a abusar sexualmente da filha durante uma hora aproximadamente. Depois de satisfazer o seu instinto, Zé Gregório passou a fazer ameaças de exterminar a família caso a mesma contasse algo do que vivenciara naquele dia.
O silêncio e a dor se juntaram por conta da indecência do pai suspeito de ser usuário de drogas. Não demorou e veio o ciúme do criminoso em relação à filha que namora com o jovem Cleverlânio Santos de Oliveira e, com isso, novas ameaças. Além disso, a menstruação da garota não veio mais e sintomas de gravidez começaram a surgir com o crescimento da barriga e do medo. Seis meses depois, uma ultrassonografia constatou a gestação e o desaconselhamento médico de um aborto ameaça para sua própria vida.
Nega não teve outro caminho senão reunir a mãe, Lucineide Nascimento, a avó, Maria Julia do Nascimento, de 70 anos, e o namorado na noite de São João. O choro foi inevitável em meio à confissão, mas acalentada pelo apoio do namorado e dos parentes. A decisão de comunicar o fato ao Delegado Marcos Antonio dos Santos foi tomada imediatamente por conta das ameaças constantes. Ele instaurou inquérito e passou a investigar o caso conforme disse ao repórter Normando Sóracles do Miséria.
A vítima também conversou com a reportagem do Miséria e revelou que já notava, anteriormente, olhares e conversas estranhas do pai confessando que tinha medo de ficar sozinha em casa, onde o mesmo já tinha comparecido na ausência da mãe de quem era separado. Nega confirma as ameaças.
A mãe a avó de Nega trabalham quebrando coco catolé e o namorado abandonou o emprego de metalúrgico na empresa Bom Sinal para dar proteção às três após assumir a criança. Ele trabalha ajudando o pai a fazer balaios com cipós na zona rural de Barbalha e garantiu em entrevista a Normando Sóracles que vai casar com a namorada no que está tentando construir uma casa de taipa.
A doméstica Lucineide dos Santos se irrita com a disfarçatez do ex-companheiro ao negar o estupro de vulnerável atribuindo a paternidade da criança ao namorado da filha mesmo após dois resultados de DNA positivos. Dona Lucineide não esconde o medo de ver Zé Gregório solto.
O bebê nasceu no dia 27 de setembro do ano passado e é do sexo masculino e o próprio namorado de Nega disse que já desconfiava do comportamento estranho do pai e da filha como se esta tivesse vontade de contar algo. A avó da adolescente por sua vez confessou, do alto dos seus 70 anos de idade, que se tremeu toda quando ouviu a neta contar essa história na noite de São João.
FONTE: Miséria FOTO: Normando Sóracles
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