Dezenas de corpos humanos esquartejados ou decapitados foram encontrados em matagais, terrenos baldios, ruas e até avenidas de Fortaleza e da Região Metropolitana nos últimos meses. As mutilações se tornaram uma marca dos crimes de morte ordenados por traficantes. A explicação para tamanha crueldade vem das autoridades do Ministério Público de São Paulo. No ano passado, a cúpula de uma das facções ordenou que os inimigos fossem assim mortos.
“Picotar é o de praxe. Se não der certo, arranca só a cabeça”. Segundo o MP-SP a ordem para tal crueldade foi dada pela cúpula da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) precisamente no dia 7 de outubro de 2017, durante uma conferência por celular da qual participaram apenas os chefes da organização criminosa. Ainda de acordo como o MP, constam crimes de tal ordem praticados em “sessões de julgamento” realizados em todo o país pelo PCC e seus grupos aliados em outros estados como Ceará, Roraima, Amapá e Mato Grosso, por exemplo.
No Ceará, o PCC se aliou à facção local Guardiões do Estado (GDE), para os enfrentamentos na guerra armada contra seu principal inimigo, o Comando Vermelho (CV). Assim, a ordem de “picotar” (esquartejar) os inimigos se estendeu para as duas facções aliadas.
Em contrapartida, o CV também adotou a mesma medida e o resultado disso tem sido as decapitações e esquartejamentos constantes na Grande Fortaleza. O caso mais recente aconteceu há apenas três dias, quando os cadáveres de dois jovens foram deixados “picotados” nas margens de um açude no bairro Limoeiro, em Pacajus.
Os esquartejamentos e decapitações são também filmados pelos assassinos e os vídeos dos atos macabros expostos ao público nas redes sociais e aplicativos de celular, como forma de demonstração de força dos grupos criminosos. Também são uma forma que os “faccionários” encontram para desafiar o estado.
Casos
Em Fortaleza, dezenas de corpos em tal estado de mutilação foram recolhidas na rua pelas equipes da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) nos últimos meses. Entre a semana passada e esta, foram, ao menos, quatro casos. No último dia 11, o corpo da jovem Cristina Juvenal do nascimento, 19 anos, foi deixado esquartejado, dentro de um saco plástico envolto em uma rede de dormir no cruzamento das ruas Alberto de Alencar e Estevão de Campos, na Barra do Ceará (zona Oeste da Capital).
Na última segunda-feira (16) o corpo da dona de casa Maria do Socorro Nascimento dos Santos, 41 anos, foi encontrado e resgatado pelos bombeiros ocultado em uma cacimba no interior de um depósito localizado na Avenida Bernardo Manoel, no bairro Mondubim (zona Sul da Capital). Estava decapitado, esquartejado e colocado em sacos plásticos. Neste caso, o crime não teve ligação com a guerra das facções. Foi praticado por um homem que mantinha um relacionamento com a vítima.
Já na manhã de terça-feira (17), os corpos de dois jovens foram encontrados em Pacajus. No mesmo dia, um vídeo foi postado nas redes sociais mostrando o momento em que bandidos de uma facção matam as vítimas. Os dois jovens foram esquartejados ainda vivos. Eles teriam sido sequestrados em Fortaleza, no bairro Maraponga, e levados para a periferia de Pacajus, onde foram eliminados.
Cadáveres no mangue
Um dos casos de maior repercussão em Fortaleza aconteceu no mês de março passado, quando os corpos de três jovens foram localizados no mangue do Rio Ceará, no trecho que corta o bairro Vila Velha, na zona Oeste da Capital. A Polícia identificou as vítimas como sendo Nara Aline Mota de Lima, Darciele Anselmo de Alencar e Ingrid Teixeira Pereira. Depois de seqüestradas na Barra do Ceará por bandidos de uma facção, as três jovens foram levadas para o mangue onde passaram por uma sessão de torturas.
Depois, mortas a tiros e seus corpos despedaçados a golpes de facão e atirados no rio. Durante cerca de uma semana, bombeiros, policiais e voluntários se revezaram nas buscas aos corpos, que somente foram encontrados na manhã do dia 2 de março, uma semana após o seqüestro.
Mais recentemente, outras mulheres jovens morreram da mesma forma. A adolescente Ana Cecília Pites Martins, 15 anos, conhecida como “Princesinha”, foi sequestrada, morta e decapitada após aparecer em um vídeo em aplicativos junta com comparsas, consumindo drogas, exibindo armas e desafiando uma facção rival no Distrito de Jurema, em Caucaia. Dois dias depois, o corpo em pedaços de “Princesinha” foi deixado pelos criminosos em um matagal na Travessa Thomaz Cavalcante, no bairro Autran Nunes.
No mês passado, os corpos de duas jovens foram encontrados esquartejados e decapitados nas margens da Estrada do Garrote, na zona rural do Município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
AUTOR: FERNANDO RIBEIRO
Os esquartejamentos e decapitações são também filmados pelos assassinos e os vídeos dos atos macabros expostos ao público nas redes sociais e aplicativos de celular, como forma de demonstração de força dos grupos criminosos. Também são uma forma que os “faccionários” encontram para desafiar o estado.
Casos
Em Fortaleza, dezenas de corpos em tal estado de mutilação foram recolhidas na rua pelas equipes da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) nos últimos meses. Entre a semana passada e esta, foram, ao menos, quatro casos. No último dia 11, o corpo da jovem Cristina Juvenal do nascimento, 19 anos, foi deixado esquartejado, dentro de um saco plástico envolto em uma rede de dormir no cruzamento das ruas Alberto de Alencar e Estevão de Campos, na Barra do Ceará (zona Oeste da Capital).
Na última segunda-feira (16) o corpo da dona de casa Maria do Socorro Nascimento dos Santos, 41 anos, foi encontrado e resgatado pelos bombeiros ocultado em uma cacimba no interior de um depósito localizado na Avenida Bernardo Manoel, no bairro Mondubim (zona Sul da Capital). Estava decapitado, esquartejado e colocado em sacos plásticos. Neste caso, o crime não teve ligação com a guerra das facções. Foi praticado por um homem que mantinha um relacionamento com a vítima.
Já na manhã de terça-feira (17), os corpos de dois jovens foram encontrados em Pacajus. No mesmo dia, um vídeo foi postado nas redes sociais mostrando o momento em que bandidos de uma facção matam as vítimas. Os dois jovens foram esquartejados ainda vivos. Eles teriam sido sequestrados em Fortaleza, no bairro Maraponga, e levados para a periferia de Pacajus, onde foram eliminados.
Cadáveres no mangue
Um dos casos de maior repercussão em Fortaleza aconteceu no mês de março passado, quando os corpos de três jovens foram localizados no mangue do Rio Ceará, no trecho que corta o bairro Vila Velha, na zona Oeste da Capital. A Polícia identificou as vítimas como sendo Nara Aline Mota de Lima, Darciele Anselmo de Alencar e Ingrid Teixeira Pereira. Depois de seqüestradas na Barra do Ceará por bandidos de uma facção, as três jovens foram levadas para o mangue onde passaram por uma sessão de torturas.
Depois, mortas a tiros e seus corpos despedaçados a golpes de facão e atirados no rio. Durante cerca de uma semana, bombeiros, policiais e voluntários se revezaram nas buscas aos corpos, que somente foram encontrados na manhã do dia 2 de março, uma semana após o seqüestro.
Mais recentemente, outras mulheres jovens morreram da mesma forma. A adolescente Ana Cecília Pites Martins, 15 anos, conhecida como “Princesinha”, foi sequestrada, morta e decapitada após aparecer em um vídeo em aplicativos junta com comparsas, consumindo drogas, exibindo armas e desafiando uma facção rival no Distrito de Jurema, em Caucaia. Dois dias depois, o corpo em pedaços de “Princesinha” foi deixado pelos criminosos em um matagal na Travessa Thomaz Cavalcante, no bairro Autran Nunes.
No mês passado, os corpos de duas jovens foram encontrados esquartejados e decapitados nas margens da Estrada do Garrote, na zona rural do Município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
AUTOR: FERNANDO RIBEIRO
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