Chegou a 39 o número de mortos e a 69 o de feridos após tiros serem disparados em uma casa noturna em Istambul, na Turquia, durante a comemoração do Ano Novo. Os novos números foram informados pelo ministro do interior, Suleyman Soylu, que disse que 21 dos mortos já foram identificados e que há 16 estrangeiros entre eles.
Segundo a emissora Al Jazeera, oito pessoas estão em estado crítico.
Antes, o governador de Istambul, Vasip Şahin, havia anunciado 35 mortos e 40 feridos. Şahin diz que um atirador agiu sozinho e classificou o caso de "ataque terrorista", sem especificar quem seria o autor, de acordo com a Reuters.
O ataque aconteceu no Reina, um dos clubes mais populares de Istambul, e que também tem uma área de bar e restaurante. Os tiros começaram por volta da 1h30 da madrugada de domingo (20h30 de sábado em Brasília), quando havia centenas de pessoas dentro do estabelecimento.
De acordo com a CNN turca, testemunhas chegaram a dizer que dois homens fantasiados de Papai Noel entraram no local e atiraram aleatoriamente, sem escolher vítimas específicas. Um policial que estava na porta foi o primeiro a ser baleado e morrer.
Sinem Uyanik, que estava no local e cujo marido foi ferido, disse à agência AP que teve a impressão de ter visto mais de um atirador. "Meu marido me disse para deitar no chão, e então um homem veio. Estávamos perto das janelas. Deitamos no chão e meu marido ficou por cima de mim. Eles atiraram. Duas ou três pessoas atiraram. Então tinha uma espécie de névoa e eu desmaiei. Eles atiraram até nós sairmos de lá. Pessoas estavam no chão. Forças Especiais chegaram e nos tiraram dali. Meu marido foi baleado em três lugares", disse.
Horas depois dos tiros, testemunhas diziam que o atirador ainda estaria escondido dentro do clube, enquanto outros acreditavam que ele tenha fugido sem ser identificado. Dezenas de ambulâncias e viaturas policiais foram vistas no local, que fica no bairro de Ortakoy.
O gabinete do primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, impôs uma proibição temporária à cobertura da imprensa, por razões de segurança nacional e manutenção da ordem pública, relatou a Associated Press (AP).
Segundo a agência estatal turca Anadolu, medidas especiais de segurança foram adotadas nas principais cidades turcas para as festas de fim de ano. Apenas em Istambul, 17 mil policiais foram acionados, alguns deles disfarçados de Papai Noel ou vendedores ambulantes.
A Casa Branca emitiu um comunicado, no qual afirma seu apoio à Turquia e ao combate ao terrorismo. "Os Estados Unidos condenam em seus mais fortes termos o horrível ataque terrorista em uma casa noturna em Istambul... Que uma atrocidade dessas possa ter sido perpetrada em pessoas inocentes, muitas das quais celebrando o Ano Novo, destaca a selvageria dos atacantes... Reafirmamos o apoio dos Estados Unidos à Turquia, nosso aliado na OTAN, em nossa compartilhada determinação em confrontar e derrotar todas as formas de terrorismo", diz o texto.
Ataques em 2016
Em 2016, Istambul sofreu uma série de ataques atribuídos por autoridades ao grupo do Estado Islâmico ou reivindicados por militantes curdos. Um estado de emergência está em vigor após uma tentativa fracassada de golpe de estado em 15 de Julho deste ano.
A Turquia é parceira da coalizão liderada pelos EUA contra o Estado Islâmico e suas forças armadas atuam na vizinha Síria e no Iraque. O país também enfrenta um conflito renovado com um movimento curdo proibido no sudeste.
AUTOR: G1
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