Sobral Em acordo à orientação do Tribunal de Contas do Município (TCM), que solicitou a não despesa com festas de Carnaval em virtude da seca, as cidades cearenses preveem redução, cancelamento e medidas diferenciadas para os eventos deste ano. Sobral cancelou a festa, mantendo apenas o Pré-Carnaval, conhecido como Bloco dos Sujos. Camocim, por sua vez, busca diminuir os gastos em 50%. Já São Benedito propôs reverter 70% das verbas para a construção de poços profundos em combate à seca. Outras cidades, como Granja, ainda não definiram uma posição.
Para as administrações de São Benedito e Camocim, o cancelamento total da festa de 2015 seria um prejuízo para os comerciantes que aguardam o período. Em Camocim, mesmo sem a divulgação das atrações, a taxa de ocupação hoteleira ultrapassou os 70%, com estabelecimentos completamente lotados. Ainda assim, a Prefeitura se propôs a economizar aproximadamente R$ 500 mil durante o feriado.
Despesas reduzidas
A secretária de Cultura de Camocim, Ana Maria Veras, destaca que houve redução de custos, mas, devido ao crescimento do turismo na cidade, seria inviável não realizar o Carnaval. Segundo ela, o TCM já aprovou a festa. A licitação visando à contratação da estrutura para o evento foi realizada ontem.
Já em São Benedito, o prefeito Gadyel Gonçalves esteve em reunião, no último dia 20, com o Tribunal. A proposta da administração foi de reverter 70% das verbas da festa para a perfuração de poços profundos e ações de combate a seca. Os 30% restantes serão investidos no tradicional Benefolia.
"Este será o Carnaval da responsabilidade. Temos que entender as dificuldades e garantir que não haja nenhuma família, se Deus quiser, com sede", complementou o prefeito.
Sobral, por sua vez, cancelou completamente os desfiles das escolas, tendo, assim, uma economia de R$ 800 mil, que também serão revertidos em ações de combate à seca. Segundo o prefeito Veveu Arruda, a única festa que permanece no período, o Bloco dos Sujos, só será mantida porque foi acordado antes das orientações do TCM.
Na região Centro-Sul, os gestores das duas cidades que tradicionalmente promovem festas de Carnaval - Acopiara e Várzea Alegre, já decidiram que não vão realizar festejos com recursos públicos. O esforço atual é para obter a adesão de empresários para a promoção das festas.
O projeto de Várzea Alegre previa gastos na ordem de R$ 700 mil. Acopiara estimava despesas em torno de R$ 400 mil. O orçamento inclui contratação de bandas, alimentação, estrutura de palco, camarote, som e iluminação. Depois da visita de dois técnicos do TCM à Várzea Alegre, a Prefeitura também desistiu de repassar recursos para apoiar os blocos carnavalescos por meio de subvenções. O desfile deve ocorrer como antes, nas ruas da cidades, mas sem estrutura de som e iluminação.
AUTOR: DN
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