MORTE DE CRIANÇA SEGUE SEM AUTORIA

O subtenente do Exército Francilewdo Bezerra e a mulher dele, Cristiane Coelho, trocam acusações sobre a morte do filho, de nove anos FOTOS: KID JÚNIOR

O Inquérito Policial que investiga a morte do menino Lewdo Ricardo Coelho Severino, de nove anos, ocorrida em 11 de novembro do anos passado, foi entregue à Justiça incompleto, na última terça-feira (27).

Segundo o delegado que preside o caso, o titular do 16º DP (Dias Macêdo) Wilder Brito Sobreira, faltaram materiais de origem técnica serem anexados aos autos. Tais documentos não constam no Inquérito por ainda não terem sido entregues pela Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce).

Os exames em questão foram solicitados no último dia 22 de dezembro, na ocasião da reconstituição do crime e da acareação entre os pais da vítima, o subtenente do Exército Brasileiro (EB) Francilewdo Bezerra Severino e Cristiane Renata Coelho.

"Enviei o Inquérito e agora a Justiça irá averiguar. Falta grande parte das análises da Perícia que mandei fazer, e não chegaram as conclusões. Falta material técnico como as filmagens da acareação e da reconstituição, além de material que recolhemos na casa", disse.

Devolução

Sobreira agora aguarda a decisão do Ministério Público sobre devolver ou não o Inquérito ao delegado. Se o órgão optar pela volta do documento, um novo prazo será dado para que os laudos sejam anexados.

Com 30 dias de investigações e encerrado o primeiro prazo legal, o titular do 16º DP solicitou e acabou recebendo novo prazo para dar continuidade às investigações, que foram encerradas na última terça-feira.

Para o delegado, a expectativa é que novos fatos sejam revelados nos estudos feitos com base no material coletado na casa onde morava a família, no conjunto Napoleão Viana, bairro Dias Macêdo, em Fortaleza.

Conforme Sobreira, um dos motivos para o atraso na entrega dos resultados seria a sobrecarga de trabalho na Perícia Forense. O presidente do Inquérito citou, como exemplo, até o caso da turista italiana Gaia Barbara Molinari, morta na praia de Jericoacoara. O caso, que ganhou repercussão internacional, teria tomado as atenções dos profissionais da Pefoce.

O perito-geral da Pefoce, Maximiano Leite Chaves, afirmou que há, de fato, demanda superior à capacidade do órgão. Segundo Chaves, em 15 dias os resultados dos exames deverão ser entregues à Polícia. "Esses dois casos, estão abraçados diretamente, tanto da Gaia como do menino Lewdo. É que essa pesquisa é muito grande", disse.

AUTOR: DN