Local onde um homem morreu ao ser atacado por cinco cães da raça pitbull em um imóvel na Rua Soldado Cristóvão Morais Garcia, na Vila Maria, zona norte de São Paulo, na manhã desta quinta-feira (12). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o rapaz (Foto: Mário Âneglo/Sigma Press/Estadão Conteúdo)
"Foi preciso esses malditos cães matarem meu pai para levá-los", criticou Jade Eline Santana da Silva, de 20 anos, sobre a suposta demora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Paulo em retirar os seis cachorros da casa de sua avó, na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo. Na manhã desta quinta-feira (12), esses mesmos animais mataram o pai dela, o comerciante Itamir Fogaça da Silva, de 45.
"Parece que as autoridades e órgãos públicos só se movimentam após uma tragédia como essa", lamentou Jade. "Nossa família já havia pedido inúmeras vezes para o Centro de Controle de Zoonoses retirar os animais da casa de minha avó, mas nunca retiraram antes".
O G1 procurou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo CCZ, para comentar o assunto. Em nota, ela informou que “não procede a negativa de atendimento”. O comunicado acrescentou que “uma viatura foi despachada para auxiliar a entrada dos bombeiros na casa quando solicitada, mas em contato com o Cobom [central de operações da corporação], foi apurado que já haviam conseguido entrar e retirar o corpo e a ação foi abortada.”
Em seguida, ainda segundo a pasta, uma outra equipe do CCZ, com um médico veterinário e agentes de zoonoses, foi enviada para recolher os animais, “porque o local não oferece condições de segurança”. Outro motivo para retirá-los foi o fato de que na residência os cães não tinham onde ser contidos, o que oferecia “alto risco de novo acidente”.
Itamir foi atacado pelos cachorros depois que pulou o muro da casa da mãe dele, a aposentada e viúva Marlene Vieira Coco, de aproximadamente 80 anos. Ele queria saber como ela estava. A mulher, que é vizinha dele na Rua Soldado Cristóvão Morais Garcia, não saía da residência havia cerca de 18 dias.
De acordo com a polícia, Marlene tinha morrido de causas naturais nesse período. Sem se alimentarem, os animais ficaram famintos e atacaram Itamir, que ainda chegou a pedir socorro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Segundo parentes, a idosa era acumuladora de objetos e animais. Jade conta que a avó costumava se trancar em casa e ficar longos períodos sem dar notícias.
Itamir deixa mulher e três filhos. Segundo Jade, os animais conheciam o comerciante.
Cães
Policiais militares disseram à equipe de reportagem que foram ao local depois de serem chamados por testemunhas que escutaram os gritos de socorro de Itamir. Ele tentava pular o muro de dentro da casa para a calçada, mas não conseguiu. Na tentativa de salvar o comerciante, um agente atirou num dos cães depois que ele tentou atacá-lo. O animal morreu.
Funcionários do CCZ foram até o imóvel e informaram que os animais serão levados para uma unidade em Santana, na Zona Norte. Foram usados enforcadores para imobilizar os animais, que estavam bastante ariscos. Eles também receberam injeções com tranquilizantes.
De acordo com o delegado José Antonio do Nascimento, o caso será registrado como morte suspeita a apurar no 90º Distrito Policial, no Parque Novo Mundo. "Em tese é uma tipificação porque dependemos do resultado da perícia para constatar o que já sabemos: esse homem foi morto por esses cães", disse o policial ao G1. "São animais sem raça definida, entre as quais tem misturas de pitbull".
"Foi preciso esses malditos cães matarem meu pai para levá-los", criticou Jade Eline Santana da Silva, de 20 anos, sobre a suposta demora do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de São Paulo em retirar os seis cachorros da casa de sua avó, na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo. Na manhã desta quinta-feira (12), esses mesmos animais mataram o pai dela, o comerciante Itamir Fogaça da Silva, de 45.
"Parece que as autoridades e órgãos públicos só se movimentam após uma tragédia como essa", lamentou Jade. "Nossa família já havia pedido inúmeras vezes para o Centro de Controle de Zoonoses retirar os animais da casa de minha avó, mas nunca retiraram antes".
O G1 procurou a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo CCZ, para comentar o assunto. Em nota, ela informou que “não procede a negativa de atendimento”. O comunicado acrescentou que “uma viatura foi despachada para auxiliar a entrada dos bombeiros na casa quando solicitada, mas em contato com o Cobom [central de operações da corporação], foi apurado que já haviam conseguido entrar e retirar o corpo e a ação foi abortada.”
Em seguida, ainda segundo a pasta, uma outra equipe do CCZ, com um médico veterinário e agentes de zoonoses, foi enviada para recolher os animais, “porque o local não oferece condições de segurança”. Outro motivo para retirá-los foi o fato de que na residência os cães não tinham onde ser contidos, o que oferecia “alto risco de novo acidente”.
De acordo com a polícia, Marlene tinha morrido de causas naturais nesse período. Sem se alimentarem, os animais ficaram famintos e atacaram Itamir, que ainda chegou a pedir socorro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Segundo parentes, a idosa era acumuladora de objetos e animais. Jade conta que a avó costumava se trancar em casa e ficar longos períodos sem dar notícias.
Itamir deixa mulher e três filhos. Segundo Jade, os animais conheciam o comerciante.
Cães
Policiais militares disseram à equipe de reportagem que foram ao local depois de serem chamados por testemunhas que escutaram os gritos de socorro de Itamir. Ele tentava pular o muro de dentro da casa para a calçada, mas não conseguiu. Na tentativa de salvar o comerciante, um agente atirou num dos cães depois que ele tentou atacá-lo. O animal morreu.
Funcionários do CCZ foram até o imóvel e informaram que os animais serão levados para uma unidade em Santana, na Zona Norte. Foram usados enforcadores para imobilizar os animais, que estavam bastante ariscos. Eles também receberam injeções com tranquilizantes.
De acordo com o delegado José Antonio do Nascimento, o caso será registrado como morte suspeita a apurar no 90º Distrito Policial, no Parque Novo Mundo. "Em tese é uma tipificação porque dependemos do resultado da perícia para constatar o que já sabemos: esse homem foi morto por esses cães", disse o policial ao G1. "São animais sem raça definida, entre as quais tem misturas de pitbull".
Cão que estava na residência. (Foto: Mário Âneglo/Sigma Press/Estadão Conteúdo)
Corpo de homem atacado por cães na Vila Maria (Foto: Reprodução/TV Globo)
AUTOR: G1/SP
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