Outro dado que chama atenção é que somente a Capital responde por 47% desses homicídios. E ainda de acordo com a SSPDS-CE, os bairros mais violentos são Barra do Ceará, Bom Jardim, Genibaú, Granja Lisboa, Granja Portugal, Jangurussu, Messejana, Mondubim, Vicente Pinzón e Vila Velha. “Nós sempre andamos com medo aqui na capital não importa o lugar”, afirma a estudante Letícia Pereira Costa.
Lara Palmeira Pinheiro é sobrevivente dessa violência. Por duas vezes ela foi assaltada. E por esse motivo criou uma página na internet “Ceará Apavorado”. A página na internet reúne 60 mil pessoas com relatos de criminalidade. O “Ceará Apavorado” virou uma ONG para reunir pessoas que sofreram algum tipo de crime e também ações do Governo do Estado que contenham a violência.
“Acho que a gente nunca viveu o que a gente está vivendo agora”, afirma Lara Palmeira Pinheiro, administradora da página no Facebook. Já o empresário Régis Ponte que também participa da ONG diz que o cearense perdeu a liberdade. “Ninguém aguenta mais morar em uma cidade onde acontece tanta violência. É assalto a mão armada, tiros, nos sinais, ao entrar em casa, ao passar por um trilho, as pessoas não estão mais com o direito de ir e vir”, desabafa.
O secretário da Segurança do Ceará, Servilho Paiva, afirma que vai reforçar a segurança nas ruas. “Estão saindo mil policiais no mês que vem. A gente vai estar colocando mais policiais nas ruas, e a academia está lotada com mais policiais civis”, diz o secretário.
No entanto o coordenador do Laboratório da Violência da Universidade Federal do Ceará (UFC), César Barreira, acredita que o governo deve ir além e tentar combater as principais causas da violência.
“Se nós tivermos a possibilidade de relacionar a questão da droga com a questão da arma de fogo, trabalhar com esses dois elementos que é a questão da droga e arma de fogo, provavelmente nós poderíamos esclarecer um número muito grande de homicídios”, explicou.
AUTOR: G1/CE
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