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terça-feira, 2 de abril de 2013

DONO DE LOJA DE MÓVEIS APLICA GOLPE MILIONÁRIO EM CONSUMIDORES DO CEARÁ

Uma loja de móveis planejados que funcionava em um shopping em Fortaleza fechou as portas e deixou dezenas de consumidores sem receber as mercadorias que haviam comprado. A loja fechou em 15 de março e, segundo o aviso afixado na porta, deveria reabrir em 21 de março, o que não aconteceu. Os telefones para contato com a empresa que constam no aviso, três de Porto Alegre , onde funciona a sede da empresa - e um de Fortaleza, não completam a ligação. Os prejuízos podem chegar a R$ 3 milhões, segundo a polícia.

Bruna Lima, gerente administrativo, contratou a loja para fabricar os móveis do apartamento novo: armários da cozinha, estantes, guarda-roupa e uma cama. Os móveis deveriam ter sido entregues em outubro do ano passado, o que não aconteceu. "Entrei em desespero, comecei a chorar. É frustrante porque não tenho o que arrumar, o que mostrar", lamenta. Ana Carla deveria ter recebido os móveis em fevereiro deste ano e já havia pago duas parcelas de R$ 15 mil. Ela cancelou o cheque da terceira parcela e agora corre o risco de ficar com o "nome sujo" e sem os móveis. "Eu quero justiça, que o meu dinheiro seja devolvido".

Alguns clientes lesados pela loja contrataram uma advogada para tentar resolver o problema na justiça. De acordo com a advogada Andressa Fontenele, está configurado o crime de estelionato."Foi um crime que lesou o consumidor, eles venderam o que não tinham, é estelionato", diz.

Os funcionários da loja também estão preocupados. Uma ex-funcionária, que pediu para não ser identificada, trabalhava na empresa há oito anos. Ela conta que os funcionários não tinham a carteira de trabalho assinada e estavam há três meses sem receber salário.

Segundo ex-funcionária, a dona da loja trocou as fechaduras da loja e os pertences dos funcionários ficaram trancados lá dentro. "A gente foi contratado como se fosse sócio da empresa, depois a gente tirou o nome e prometeram que iam assinar a carteira, mas não aconteceu. Dezoito pessoas devem estar na mesma situação", afirma.

A empresa é de Porto Alegre (RS), tem duas lojas na capital gaúcha, uma em Curitiba (PR), uma em Fortaleza e outra no Panamá. Todas as lojas fecharam. De acordo com a polícia do Rio Grande do Sul (RS), que investiga o caso, pelo menos quatro sócios da empresa estão foragidos. O administrador e principal acionista está preso. A investigação da polícia se baseia em crime contra o consumidor e estelionato.

AUTOR: G1/CE

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