A Polícia Civil de Mato Grosso acionou nesta segunda-feira (29) a Interpol, a polícia internacional, para auxiliar nas buscas à menina dominicana Ida Verônika Feliz, de 8 anos, que foi sequestrada há quatro dias da casa da família adotiva em Cuiabá.
De acordo com o delegado da Divisão Anti-sequestro de Mato Grosso, Flávio Stringueta, a atuação da Interpol no caso é necessária porque as investigações, até o momento, apontam que os criminosos teriam a intenção de deixar o país com a garota.
Em depoimento à polícia, a mãe adotiva da menina, Tarcilia Gonçalina de Siqueira, disse que o pai biológico de Ida, um italiano, manteve há alguns meses contato com ela por telefone. Na conversa, ele disse que queria a guarda da filha. “Ela respondeu que ele só teria a criança de volta se entrasse na Justiça”, declarou o delegado. Por não saber onde estão os pais biológicos, informou a Polícia Civil, é que a Interpol poderá atuar no caso.
De acordo com informações da Polícia Civil, o pai de Ida cumpriu pena por tráfico de drogas. A mãe biológica também havia sido presa em Santa Catarina após ter sido acusada do tráfico de cinco mil comprimidos de ecstasy.
Em passagem pela capital de Mato Grosso, os pais biológicos da menina a deixaram em um quarto de hotel quando ela tinha apenas quatro meses de vida. Ida foi cuidada por uma camareira do hotel. Meses depois, após uma decisão da Justiça, a mãe da camareira obteve a guarda provisória da menina.
Sequestro
Na última sexta-feira (27), um homem armado teve acesso à casa da família alegando querer comprar um terreno localizado na mesma rua da residência. No local estavam a irmã adotiva e Ida. “Ele [suspeito] estava com uma arma me empurrando e perguntando quem estava dentro da casa. Eu falei que estava eu e minha irmã. Ele perguntou o nome dela, eu falei e ele disse: é ela mesma que eu quero”, afirmou Daniele de Siqueira, de 23 anos.
O suspeito puxou Ida pelo cabelo e, com a ajuda de um comparsa, deixou o local em um carro branco. Para o delegado responsável pelas investigações, a menina ainda pode estar no Brasil. “Esperamos que sim, até pelas medidas adotadas ainda na última sexta-feira [dia do sequestro]”, afirmou Stringueta.
O único contato que a família teve com o sequestrador da menina foi por meio de uma mensagem enviada para o celular da mãe adotiva da garota. A mensagem continha as seguintes palavras: “Tire a polícia do caso porque, senão, a gente mata ela".
O desaparecimento da menina dominicana também foi comunicado às Polícias Federal e Rodoviária Federal. Aeroportos e as estradas federais do país estão sendo sendo monitorados. Agentes do Gefron também estão fazendo barreiras na fronteira de Mato Grosso com a Bolívia para inibir a saída dos suspeitos com a menina para o país vizinho.
“Sempre cuidei dela como minha filha. Eu peço para quem souber do paradeiro da criança para avisar a polícia”, disse a mãe adotiva. Quem tiver pistas do desaparecimento de Ida Verônika Feliz pode comunicar a polícia pelo Disque-Denúncia, no número 197.
AUTOR: G1/MT
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