Google quer juntar dados coletados dos usuários em seus serviços (Foto: Reprodução)
A nova política de privacidade do Google começou a valer nesta quinta-feira (1). Segundo a empresa, a essência das regras dos mais de 60 produtos da companhia não muda, mas agora um único modelo se aplica a todos os serviços, incluindo YouTube, Gmail e a rede social Google+. Há algumas semanas, a empresa tem informado os usuários sobre a mudança (acesse aqui para ler o texto no Google).
Na prática, as informações coletadas em um dos sites da empresa poderão ser compartilhadas pelos demais serviços. Os contatos que o usuário tem no Gmail, por exemplo, aparecerão quando ele acessar o Google+, e vice-versa. Para o Google, a nova política e os termos de uso irão criar uma experiência “simples e intuitiva” para o usuário. “Ao lembrar os contatos com quem você deseja falar, tornamos fácil para você compartilhar o que quiser por meio de qualquer produto ou serviço do Google, com o mínimo de cliques e erros”, justifica a empresa.
Mais controle
Essa unificação também dará maior controle ao Google, afirma Victor Haikal, advogado especializado em direito digital. Essa é a principal preocupação de órgãos regulatórios da Europa e dos EUA, que estão investigando as mudanças na política de privacidade.
A nova política de privacidade ficou mais genérica, dando mais possibilidade ao Google trabalhar com os dados dos usuários"
Victor Haikal, advogado de direito digital
“O novo regulamento ficou mais genérico, dando mais possibilidade ao Google de trabalhar com os dados das pessoas. Por exemplo, as informações que o usuário forneceu dentro do YouTube, poderão ser aproveitadas no Gmail para oferecer outro serviço ou uma publicidade. Antes, isso era segmentado”, explica Haikal.
As mudanças vão retirar alguns dos obstáculos com os quais o Google precisa lidar quando quer ligar informações de um serviço para outro. “Por isso, não quer dizer que a política de privacidade ficou melhor ou mais benéfica para os usuários”, diz Haikal.
O fato de o Facebook ter sofrido sanções nos Estados Unidos quanto à privacidade dos usuários colaborou para a iniciativa do Google de mudar a sua política, lembra. Em novembro de 2011, a rede social fez um acordo e mudou algumas de suas práticas de privacidade diante das acusações da Federal Trade Commission (FTC) nos EUA. Um processo na FTC acusava o Facebook de ter enganado os consumidores quanto à privacidade de seus dados.
Regras não mudaram
O advogado destaca que, por outro lado, o novo modelo deixa as regras mais acessíveis ao usuário. Segundo Haikal, o Google decidiu unificar as políticas de privacidade e os termos de serviços também porque muitos usuários reclamavam do número de documentos que havia anteriormente para cada produto. “Buscando simplificar a vida das pessoas, eles reduziram todas as políticas e deixaram o texto com menos termos jurídicos. Está mais simples para as pessoas lerem”.
O especialista explica que a essência do regulamento não foi alterada. “Antes, havia mais cláusulas com cara de contrato. Mas não quer dizer que o que está escrito não é a mesma coisa. Não teve nenhuma mudança substancial no texto, apenas na forma”, explica.
Painel de controle único
No entanto, o fato de o Google simplificar a política de privacidade também pode levar a um conteúdo menos completo, destaca o especialista.
A nova política de privacidade do Google começou a valer nesta quinta-feira (1). Segundo a empresa, a essência das regras dos mais de 60 produtos da companhia não muda, mas agora um único modelo se aplica a todos os serviços, incluindo YouTube, Gmail e a rede social Google+. Há algumas semanas, a empresa tem informado os usuários sobre a mudança (acesse aqui para ler o texto no Google).
Na prática, as informações coletadas em um dos sites da empresa poderão ser compartilhadas pelos demais serviços. Os contatos que o usuário tem no Gmail, por exemplo, aparecerão quando ele acessar o Google+, e vice-versa. Para o Google, a nova política e os termos de uso irão criar uma experiência “simples e intuitiva” para o usuário. “Ao lembrar os contatos com quem você deseja falar, tornamos fácil para você compartilhar o que quiser por meio de qualquer produto ou serviço do Google, com o mínimo de cliques e erros”, justifica a empresa.
Mais controle
Essa unificação também dará maior controle ao Google, afirma Victor Haikal, advogado especializado em direito digital. Essa é a principal preocupação de órgãos regulatórios da Europa e dos EUA, que estão investigando as mudanças na política de privacidade.
A nova política de privacidade ficou mais genérica, dando mais possibilidade ao Google trabalhar com os dados dos usuários"
Victor Haikal, advogado de direito digital
“O novo regulamento ficou mais genérico, dando mais possibilidade ao Google de trabalhar com os dados das pessoas. Por exemplo, as informações que o usuário forneceu dentro do YouTube, poderão ser aproveitadas no Gmail para oferecer outro serviço ou uma publicidade. Antes, isso era segmentado”, explica Haikal.
As mudanças vão retirar alguns dos obstáculos com os quais o Google precisa lidar quando quer ligar informações de um serviço para outro. “Por isso, não quer dizer que a política de privacidade ficou melhor ou mais benéfica para os usuários”, diz Haikal.
O fato de o Facebook ter sofrido sanções nos Estados Unidos quanto à privacidade dos usuários colaborou para a iniciativa do Google de mudar a sua política, lembra. Em novembro de 2011, a rede social fez um acordo e mudou algumas de suas práticas de privacidade diante das acusações da Federal Trade Commission (FTC) nos EUA. Um processo na FTC acusava o Facebook de ter enganado os consumidores quanto à privacidade de seus dados.
Regras não mudaram
O advogado destaca que, por outro lado, o novo modelo deixa as regras mais acessíveis ao usuário. Segundo Haikal, o Google decidiu unificar as políticas de privacidade e os termos de serviços também porque muitos usuários reclamavam do número de documentos que havia anteriormente para cada produto. “Buscando simplificar a vida das pessoas, eles reduziram todas as políticas e deixaram o texto com menos termos jurídicos. Está mais simples para as pessoas lerem”.
O especialista explica que a essência do regulamento não foi alterada. “Antes, havia mais cláusulas com cara de contrato. Mas não quer dizer que o que está escrito não é a mesma coisa. Não teve nenhuma mudança substancial no texto, apenas na forma”, explica.
Painel de controle único
No entanto, o fato de o Google simplificar a política de privacidade também pode levar a um conteúdo menos completo, destaca o especialista.
Por meio de Painel de Controle, usuário consegue configurar suas privacidades em vários serviços
(Foto: Reprodução)
O site disponibiliza um “Painel de Controle” onde o usuário consegue acessar todas as informações armazenadas no Google e alterar as configurações de privacidade de vários serviços, como Gmail e YouTube, a partir de um único local. Devido à redução do texto da política, o Google retirou certas informações que poderiam ser úteis, diz o advogado.
"Por exemplo, se o usuário sofrer a retirada de um vídeo do YouTube, no termo de serviço anterior ele saberia como restabelecer. A partir desta quinta, talvez ele tenha que vasculhar no site ou mandar um e-mail para a empresa para saber como fazer."
"Um procedimento que antes tinha uma seção inteira nos termos de uso, com 5 ou 6 parágrafos explicativos, foi reduzido a um parágrafo com duas linhas", explica Haikal. "Ou seja, alguns procedimentos ou informações os usuários terão que buscar na própria plataforma, pois não estarão mais no regulamento”.
Isso dará mais possibilidade ao Google de alterar certos procedimentos dentro dos sites, afirma o advogado. “Se você deixa seus procedimentos fixos em um documento, é mais difícil mudá-los a toda hora, do que alterar uma seção de uma página. Esse tipo de documento é feito para não ser alterado”.
Preocupação
Para Haikal, o mais importante é as pessoas terem consciência do que colocam nesses ambientes on-line. Já que o Google vai guardar e ter acesso a essas informações, elas devem ficar preocupadas a partir do momento em que colocam um dado confidencial ou íntimo.
“Mesmo que o Google deixe a política de privacidade mais genérica, se ele oferecer ferramentas boas para você controlar a sua privacidade, você consegue fazer uma gestão legal disso”, diz. "Mas essa é a moeda de troca pelos serviços dele, que não são tão gratuitos assim”.
Para o Google nunca ter acesso ou controle sobre as informações do usuário, só se ele não usar os seus serviços, diz Haikal. “Mas existe uma tendência para que isso melhore. O governo dos EUA quer orientar as empresas para que elas deem mais controle às pessoas sobre suas informações”, exemplifica.
(Foto: Reprodução)
O site disponibiliza um “Painel de Controle” onde o usuário consegue acessar todas as informações armazenadas no Google e alterar as configurações de privacidade de vários serviços, como Gmail e YouTube, a partir de um único local. Devido à redução do texto da política, o Google retirou certas informações que poderiam ser úteis, diz o advogado.
"Por exemplo, se o usuário sofrer a retirada de um vídeo do YouTube, no termo de serviço anterior ele saberia como restabelecer. A partir desta quinta, talvez ele tenha que vasculhar no site ou mandar um e-mail para a empresa para saber como fazer."
"Um procedimento que antes tinha uma seção inteira nos termos de uso, com 5 ou 6 parágrafos explicativos, foi reduzido a um parágrafo com duas linhas", explica Haikal. "Ou seja, alguns procedimentos ou informações os usuários terão que buscar na própria plataforma, pois não estarão mais no regulamento”.
Isso dará mais possibilidade ao Google de alterar certos procedimentos dentro dos sites, afirma o advogado. “Se você deixa seus procedimentos fixos em um documento, é mais difícil mudá-los a toda hora, do que alterar uma seção de uma página. Esse tipo de documento é feito para não ser alterado”.
Preocupação
Para Haikal, o mais importante é as pessoas terem consciência do que colocam nesses ambientes on-line. Já que o Google vai guardar e ter acesso a essas informações, elas devem ficar preocupadas a partir do momento em que colocam um dado confidencial ou íntimo.
“Mesmo que o Google deixe a política de privacidade mais genérica, se ele oferecer ferramentas boas para você controlar a sua privacidade, você consegue fazer uma gestão legal disso”, diz. "Mas essa é a moeda de troca pelos serviços dele, que não são tão gratuitos assim”.
Para o Google nunca ter acesso ou controle sobre as informações do usuário, só se ele não usar os seus serviços, diz Haikal. “Mas existe uma tendência para que isso melhore. O governo dos EUA quer orientar as empresas para que elas deem mais controle às pessoas sobre suas informações”, exemplifica.
FONTE: G1
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