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segunda-feira, 6 de julho de 2015

SECA O 3º MAIOR RESERVATÓRIO DO CEARÁ; O BANABUIÚ

Antônio Gomes da Silva caminha muito para pescar no resto d'água que sobrou do Banabuiú. E volta sempre sem peixe/ FOTO: FÁBIO LIMA

Há três modos significativos de se medir a situação hídrica do açude Banabuiú, o terceiro maior reservatório de água do Ceará, localizado no município homônimo (a 214,3 quilômetros de Fortaleza).

No monitoramento do Portal Hidrológico do Ceará (www.hidro.ce.gov.br), elaborado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o açude está com 1,11% do volume total (registro da última sexta-feira, dia 3, data de fechamento desta matéria).

Veja a fotogaleria "As últimas águas do Banabuiú"

Noutra medição, o percentual significa 20 minutos de caminhada (pelo menos), açude adentro, até reencontrar a água. É incrível, no sentido do espanto, cruzar com o gado catando pasto onde era profundidade. O mato cresce onde havia peixe.

E um terceiro modo de se mensurar a situação atual do Banabuiú é conversar com as pessoas que tinham o açude como companhia, como parte da casa e da vida: a seca do reservatório tem a dimensão da tristeza de quem vê o açude agonizar.

O pescador Antônio Gomes da Silva, 45, pai de dois filhos, atravessa a desesperança para insistir outra vez. Vem do lado de lá do açude, do povoado de Curral do Meio, antes mesmo do sol. Volta com quase nada: “Aqui, tem dia que não pega (peixe) nem pra comer. Nem de tarrafa, nem de linha. Só tem água no caixão (meio) do rio”.

O máximo que Antônio consegue pescar, neste quinto ano de estiagem, “é pescada pequena. É nascendo e pescando, não dá tempo esperar crescer porque, se não, nós morre de fome”. No ofício desde os 11 anos de idade, brincando e aprendendo com as águas, “dá uma tristeza ver o açude assim”, expressa. “Quando tava cheio, encostava nesse pé de cajarana”, ele aponta o quintal de uma das casas de taipa, no alto do povoado do Boqueirão (o primeiro de pescadores locais), que margeavam o antigo Banabuiú.

A construção da barragem Arrojado Lisboa (nome de batismo oficial) se deu entre 1952 e 1966, guardam os arquivos do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs: www.dnocs.gov.br). O açude bebe do rio Banabuiú e, traça o Dnocs, dá suporte à irrigação das terras do Baixo Jaguaribe, à piscicultura e ao aproveitamento das áreas em redor. Em maio de 2009, aconteceu o último sangramento. Uma festa para os olhos.

Com capacidade - segundo o Dnocs - para 1,7 bilhão de metros cúbicos de água (imagine um mundo dentro dele, como concebe o povo), o Banabuiú fez, do nada, paisagem e alimento para quem tinha fome de beleza e de dignidade.

Café e gentileza
Curimatã, tilápia, branquinho e o tanto mais de peixe que coubesse na canoa era uma espécie de ouro garimpado das águas do açude Banabuiú. Fazia a fartura e a alegria daquele povo de alma simples e apegado ao lugar. “Minha vida sempre foi pescar”, une Genival Maia Barreiros, presidente da Colônia de Pescadores Z-14.

Dos 59 anos, 40 foram debaixo do sol, morando, de tempos em tempos, “no beiço d´água” e comendo “peixe e farinha”. Genival até estudou “um pouco”, fez o segundo grau, tirou carteira de motorista, dirigiu ônibus e se tornou fotógrafo em São Paulo. Mas a vida grande foi junto do Banabuiú. “A gente se apega com aquilo, se acomoda e a vida passa. O que prende mesmo a gente é o gostar”, emenda, velando o açude.

O sol já esquentava a prosa, iniciada às 5 da manhã, quando Genival se desculpa pela falta de um cafezinho, uma tapioca, uma gentileza tão própria dos sertões: “Ninguém oferece nada porque ninguém tem”.

AUTOR: O POVO

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