Esta classificação bastante incomum nestes casos e as condenações unânimes dos líderes israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, não convenceram os palestinos. Estes últimos consideram o governo totalmente responsável pela morte do bebê, por ser a "consequência direta de décadas de impunidade (...) ante o terrorismo dos colonos".
O presidente palestino, Mahmud Abbas, advertiu que levará ao Tribunal Penal Internacional (TPI) a morte.
"Preparamos imediatamente o dossiê que será submetido ao TPI e nada nos deterá em nossa vontade de apresentar uma denúncia", afirmou Abbas em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
As autoridades preveem manifestações depois da oração desta sexta-feira nos territórios ocupados e o movimento islamita Hamas, no poder na Faixa de Gaza, fez nesta sexta-feira uma convocação a um "dia da ira" contra as agressões israelenses.
Palestinos olham estragos causados após incêndio em casa na Cisjordânia nesta quinta-feira (30); um bebê morreu (Foto: Jaafar Ashtiyeh/AFP)
Segundo responsáveis de segurança palestinos, na madrugada desta sexta quatro colonos israelenses atearam fogo em duas casas situadas na entrada do povoado palestino de Duma, perto de Nablus, no norte da Cisjordânia, e picharam slogans em um muro, antes de escapar a uma colônia próxima, Maale Efraim. Um dos slogans proclamava "Viva o messias".
O bebê Ali Dawabcheh, de um ano e meio, morreu queimado. Sua mãe Eham, de 26 anos, seu pai Saad e seu irmão Ahmed, de quatro anos, ficaram feridos e foram transportados a um hospital israelense, segundo fontes médicas israelenses.
A mãe se encontra em estado muito grave com queimaduras de terceiro grau em 90% de seu corpo, declarou um médico israelense à rádio pública, acrescentando que "sua vida corre risco". O pai também teve 80% do corpo queimado.
Segundo responsáveis de segurança palestinos, na madrugada desta sexta quatro colonos israelenses atearam fogo em duas casas situadas na entrada do povoado palestino de Duma, perto de Nablus, no norte da Cisjordânia, e picharam slogans em um muro, antes de escapar a uma colônia próxima, Maale Efraim. Um dos slogans proclamava "Viva o messias".
O bebê Ali Dawabcheh, de um ano e meio, morreu queimado. Sua mãe Eham, de 26 anos, seu pai Saad e seu irmão Ahmed, de quatro anos, ficaram feridos e foram transportados a um hospital israelense, segundo fontes médicas israelenses.
A mãe se encontra em estado muito grave com queimaduras de terceiro grau em 90% de seu corpo, declarou um médico israelense à rádio pública, acrescentando que "sua vida corre risco". O pai também teve 80% do corpo queimado.
Palestino inspeciona casa após incêndio; bebê palestino morreu no local (Foto: Majdi Mohammed / AP Photo)
Segundo a rádio militar, o incêndio foi provocado por dois homens mascarados que lançaram coquetéis molotov contra duas casas. Em uma delas vivia a família Dawabcheh. Nos muros picharam "o preço a pagar", "vingança" e desenharam uma estrela de David.
Um porta-voz militar israelense disse que havia pichações em hebraico nos muros da casa e que o exército se esforça para "localizar os autores do ataque".
Netanyahu e o exército denunciaram rapidamente um ato "terrorista". Mas Saeb Erakat, número dois da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), estimou que "não é possível dissociar este ataque bárbaro" de um "governo que representa uma coalizão para a colonização e o apartheid".
É possível ler em hebraico ‘vingança’, em casa incendiada na Cisjordânia (Foto: Majdi Mohammed / AP Photo)
Julgar os assassinos
Yaariv Oppenheimer, dirigente da Paz Agora, uma ONG israelense contrária à colonização dos territórios palestinos, diz que este tipo de "agressões por parte dos colonos se converteram em uma verdadeira epidemia". Na rádio israelense, denunciou "a indulgência do governo com a violência antipalestina e os discursos de ódio".
As ONGs de defesa dos direitos humanos corroboram estes dados. Em maio, a organização israelense Yesh Din estimou que 85,3% das denúncias dos palestinos por ataques de colonos estavam arquivadas.
Desta vez Netanyahu disse ter ordenado "às forças de segurança o uso de todos os meios a sua disposição para deter os assassinos e levá-los à justiça". Seu ministro da Defesa, Moshé Yaalon, os chamou de "terroristas judeus".
A polícia israelense se mobilizou em massa na cidade antiga de Jerusalém, sobretudo nos arredores da Esplanada das Mesquitas, prevendo manifestações. Os homens com menos de 50 anos não podem entrar nela.
AUTOR: G1/SP
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