Uma das pessoas presas durante a operação da Polícia Federal (PF), deflagrada na última quarta-feira (17), esteve na Bolívia nos últimos meses, negociando drogas e armas, conforme informações do titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF, Janderlyer de Lima. Segundo ele, a suspeita que não teve o nome divulgado, não só vendia o entorpecente, como a transformava em crack em um laboratório, que alimentava o tráfico no Grande Bom Jardim e em Maracanaú.
"O tráfico desta droga é internacional. Ela esteve na Bolívia negociando com um fornecedor de cocaína, mas não trouxe pessoalmente a droga para o Brasil. Comprou lá e os produtores desta droga, que ficam na Região Andina, providenciaram a entrega por uma rota que já é conhecida da Polícia Federal e está sendo investigada", declarou Janderlyer de Lima.
Conforme o delegado, a operação foi deflagrada em duas frentes. Durante a primeira investida, em uma residência no bairro Jardim Jatobá, a mulher que seria a dona da droga foi flagrada transformando a cocaína em crack. "Uma pequena quantidade de pasta-base de cocaína é misturada a diversas outras substâncias e se transforma em crack. Apreendemos cerca de 40Kg dos insumos químicos que estavam sendo utilizados por ela no preparo do entorpecente, que custa mais barato".
Além da droga, foram apreendidos na casa dois revólveres, munições, uma prensa hidráulica e balanças de precisão. A operação teve continuidade e os agentes se dirigiram ao endereço da suspeita, no bairro Pajuçara, em Maracanaú, onde foram apreendidos dois fuzis, munição de uso restrito, R$ 22mil, e uma mala contendo 30Kg de entorpecentes, que já estavam prontos para serem vendidos.
A companheira da suspeita e um homem que estaria tentando esconder as armas, no momento em que a Polícia chegou ao local, também foram presos.
Poder de fogo
Segundo Janderlyer de Lima, os fuzis são importados e têm alto poder destrutivo. "Já não é a primeira vez que nos deparamos com armas de guerra nas mãos de traficantes. Cada um destes fuzis custa no mercado negro de R$ 50 a 70 mil. Acreditamos que as armas também tenham sido trazidas da Bolívia, mas isto ainda está sendo apurado".
De acordo com o delegado, o Exército Brasileiro (EB) está colaborando para a elucidação da localização exata por onde as armas estão sendo enviadas e entrando no território brasileiro.
O titular da DRE afirmou que outros integrantes da quadrilha já foram identificados e estão sendo investigados. "Esta organização criminosa é muito maior. Isto é uma parte do esquema que ela chefiava. Passamos cerca de duas semanas acompanhando a mulher exatamente para conhecermos a metodologia da quadrilha. As investigações continuam e devem esclarecer muitos pontos ainda", salientou.
Os presos foram autuados em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico e posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e de uso restrito.
O delegado regional de combate e investigação ao crime organizado da PF, Wellington Santiago, destacou o apoio de patrulhas da Polícia Militar e equipes da Coordenadoria de Inteligência (Coin), da Secretaria de Segurança Pública (SSPDS) durante a operação da Polícia Federal.
AUTOR: DN
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