DETENTOS NÃO TEM ASSISTÊNCIA MÉDICA

O diretor do DPM, Jairo pequeno, disse que as delegacias da RMF estão todas superlotadas FOTO: HELOSA ARAÚJO

O delegado Jairo Façanha Pequeno, diretor do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM), demonstra preocupação com a superlotação das carceragens das delegacias de Polícia Civil. Segundo ele, a situação está se agravando, pois os presos doentes não podem mais serem transferidos para o Hospital Geral e Sanatório Penal Professor Otávio Lobo, de acordo com uma ordem judicial.

Conforme Jairo Pequeno, depois de uma portaria do dia quatro de dezembro, reeditada pelo juiz corregedor do presídios, Cezar Belmino Junior, os presídios não podem receber presos provisórios oriundos das delegacias e do Interior, sem que o magistrado autorize previamente.

O diretor do DPM considera que a Polícia não pode arcar com o ônus de manter estas pessoas em condições sub-humanas. "Está tudo superlotado. Enviamos expedientes sobre alguns presos doentes e até agora nada de resposta. No 18º DP (Jurema) temos 28 presos onde cabem 15. Um deles está com um ferimento a faca e precisa ser cuidado com urgência, mas não podemos levá-lo ao hospital adequado".

O delegado disse que o problema fugiu de sua competência e a Polícia Civil está prejudicada. "Não podemos parar de prender e a portaria não diz para onde eles devem ir. Já consultei a Coordenadoria do Sistema Penitenciário (Cosipe) e me informaram que as vagas existem nos presídios. A entrada só não é permitida, por conta da portaria".

Atualmente, 670 pessoas estão sendo custodiadas em delegacias. Somente nas unidades da Região Metropolitana são 160 detentos. "Desde o dia 4, não somos autorizados a transferir nenhum preso das delegacias metropolitanas. Eles já estão revoltados com a lotação e com a falta de cuidados com os doentes. Tememos que se rebelem, ou até morram por falta de assistência médica".

AUTOR: DN