Outra pessoa suspeita de ter participado da execução filmada no bairro Ancuri, ocorrida no último dia 17 de fevereiro, foi presa. Mateus Rodrigues Rocha, 19, se apresentou na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no fim da tarde de quinta-feira (5), dizendo que estava "se sentindo sufocado" pelas diligências realizadas pela Polícia a sua procura e porque estava com medo de ser morto pelo grupo de traficantes para quem a vítima do crime trabalhava.
Mateus Rocha estava acompanhado de um defensor público no momento em que compareceu à DHPP. Como já havia um mandado de prisão preventiva expedido contra ele pela 5ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza, a prisão aconteceu logo após o suspeito dar seu depoimento.
O vídeo que serviu como base para as prisões dele e de Jorge Maciel de Sousa, 21, capturado no último dia 27, no Município de Ibaretama, mostra o momento em que Fábio Rodrigues da Silva, 24, estava sentado de fronte a uma casa e quatro pessoas chegam e efetuam 20 tiros de pistola contra ele. As imagens foram amplamente compartilhadas em redes sociais.
Maconha
Mateus Rocha disse à Polícia que estava fumando maconha, quando os outros integrantes do bando chegaram e o convidaram para participar do homicídios. Ele relatou que teria aceitado participar do crime porque Fábio Silva já teria lhe agredido e tentava intimidá-lo.
O delegado do 30º DP (São Cristóvão), Márcio Gutierrez, afirmou que, embora a versão dos dois presos até o momento apresente pontos divergentes, a Polícia já tem uma conclusão: o crime foi motivado por uma briga pela disputa de território do tráfico na região.
"Na verdade, ele está dando desculpas para não parecer que fazia parte de uma ou de outra quadrilha, mas ele era, sim, envolvido com tráfico. A versão dele é bem fantasiosa, diz que apanhou da vítima em uma festa e depois ficou sendo intimidado. Quando surgiu a oportunidade, teria se antecipado em matá-lo, com medo de ser morto", revelou Gutierrez.
A Polícia segue à procura de um adolescente que foi o primeiro a atirar e quem de fato matou o jovem; e de Ariadna Lima Cordeiro, a 'Nobinha', considerada como autora intelectual da execução. "Ele é bastante perigoso. Apesar da pouca idade já se envolveu em delitos graves como homicídios, assaltos e tráfico", declarou Gutierrez.
'Nobinha'
Já 'Nobinha', a mulher que teria filmado a ação, é suspeita de diversos assaltos a residências nos bairros Cidade dos Funcionários, Água Fria e São Cristóvão, conforme as investigações da Polícia Civil. "Muitos dos assaltos que aconteceram tiveram a participação de uma mulher, que muito provavelmente seja ela. Apesar de não ter passagens pela Polícia, ela é suspeita de tráfico, homicídios e assaltos", afirmou o delegado.
AUTOR: DN
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