Cinco advogados são investigados por participação em esquema criminoso para facilitar a fuga de integrantes de facções no Ceará.
Os juristas eram responsáveis por repassar mensagens entre os internos e outros membros, em liberdade. O plano foi frustrado em parceria entre Polícia Civil, Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público e outras forças de segurança.
A Polícia aprendeu celulares que continham conversas sobre um plano de fuga dos presos. Com isso, a segurança foi reforçada nos presídios. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE), também acompanha o caso. Um dos profissionais, Alaor Patrício Júnior, preso durante a onda de ataques registrada em setembro, teve seu registro suspenso.
O dinheiro que banca as viagens, os carros e as coberturas luxuosas dos criminosos era da "caixinha", como ficou conhecida a coleta feita entre os integrantes dos grupos criminosos. O dinheiro também paga o serviços dos advogados, conhecidos como "primo fiel".
Uma das anotações encontradas (foto) pelos investigadores, continha um plano de fuga. Os suspeitos iriam se passar por policiais federais, com direito a armamento e carros. A prioridade era a cela 5, onde havia dois líderes criminosos. Os advogados, no entanto, não contavam com o procedimento de revista feito por agentes penitenciários na saída do parlatório. O bilhete foi encontrado na boca do detento.
No plano de fuga, os criminosos chegariam ao complexo prisional em carros pretos, com adesivos da Polícia Federal. Os falsos agentes iriam utilizar distintivos da corporação e apresentar intimações falsas para justificar a saída de presos.
O sinal para identificar a sala correta seria um pano branco, amarrado à grade. Na cela, estavam Francisco de Assis Fernandes da Silva e Tiago Alves do Nascimento. O advogado investigado, Alberto Lucas Nogueira Lima, é foragido. Na sua residência, os agentes de segurança encontraram um revólver sem registro, munições e outros bilhetes que comprovam o repasse de conversas entre os líderes criminosos.
OUTROS ADVOGADOS
Elisângela Maria Mororó é outra advogada procurada pela Polícia. Ela é investigada por negociar drogas. Nestas mensagens, o que ela chama de "as blusas", para as forças de segurança representa cocaína pura. Em vídeo obtido pela TV Cidade Fortaleza, a mulher oferece 40 quilos de droga, a R$ 15 mil, cada.
Lucas Arruda Rolim é o advogado que organiza as mensagens repassadas. A Polícia Civil apreendeu cerca de 100 anotações escritas por ele. O advogado tentou se desfazer das provas, mas depois assumiu a autoria dos documentos. Neste ano, o profissional realizou 208 visitas ao sistema prisional. Ele foi preso, mas ganhou liberdade mediante habeas corpus.
Rafael Paulino Pinto Neto é outro nome na lista da Polícia dos "homens de recado" que tem acesso às unidades prisionais cearenses. O advogado auxilia na administração de uma especie de consórcio do crime onde os presos, independente da facção, contribuem com dinheiro para financiar os crimes.
Veja a reportagem exclusiva do Ceará no Ar:
AUTOR: CNNEWS
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