Um dos traficantes mais procurados do país é preso em Campinas
O libanês Joseph Nour Eddine Nasrallah, conhecido pelo apelido de Sheik e apontado como chefe de uma quadrilha internacional de tráfico de drogas, negociava o envio de cocaína para a favela de Paraisópolis, em São Paulo. O homem, que ficou conhecido por construir uma mansão cinematográfica avaliada em R$ 40 milhões em Valinhos (SP), foi preso em um restaurante de um hotel em Campinas (SP) na sexta-feira (18).
De acordo com a Polícia Civil, a investigação, por meio de interceptações telefônicas de Sheik, apontou que haveria uma reunião em Campinas para definir o processo de envio da droga à capital. Os policiais fizeram plantão em frente ao estabelecimento durante toda a semana. O suspeito, que integrava a lista dos mais procurados pela polícia, estava sozinho no momento da prisão.
"A informação indicava que havia uma negociação em trâmite e que a negociação era para o abastecimento de cocaína na comunidade de Paraisópolis. O setor de inteligência identificou o Sheik como o provável líder da negociação (...). Ele nega que tenha participação", disse a delegada do 89º Distrito Policial de São Paulo, Roberta Guerra Maransaldi. A favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, é considerada a maior da cidade, segundo o censo de 2010 do IBGE.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo liderado por Sheik comprava cocaína em países vizinhos ao Brasil e transportava para Estados Unidos, Europa e África em contêineres embarcados em navios e também por meio de "mulas", pessoas que recebiam dinheiro para levar a droga no corpo ou na bagagem.
Mansão do traficante conhecido como Sheik em Valinhos Foto: Reprodução / EPTV
Nasrallah, de 53 anos, foi preso pela primeira vez em 2007 como alvo da Operação Kolibra, da Policia Federal. O milionário cumpriu parte da pena, foi ao semiaberto e fugiu. Ele estava escondido em um flat na cidade de Campinas (SP).
Na sexta-feira, o G1 conseguiu falar por telefone com uma das advogadas de Nasrallah, mas ela informou que não tem informações sobre a prisão do cliente. Já no sábado, a reportagem não conseguiu contato com a defensora.
Joseph Nour Eddine Nasrallah, conhecido como Sheik, preso em Campinas (SP) nesta sexta-feira (18) Foto: Divulgação
Operação Kolibra
Sheik foi alvo da "Operação Kolibra" que teve início em janeiro de 2005, depois do envio ao Brasil de informações de inteligência da polícia alemã que demonstravam a existência de libaneses radicados no país operando um esquema de tráfico internacional de drogas.
Segundo o Ministério Público Federal, durante dois anos anos de monitoração telefônica, a Polícia Federal apurou que Nasrallah era um dos líderes da organização no Brasil.
"A investigação, feita pela Polícia Federal em cooperação internacional com a polícia da Espanha, Portugal e da Bélgica, prendeu 54 pessoas que tinham ligação com a quadrilha e apreendeu, aproximadamente, 3,4 toneladas de cocaína. A estimativa é que o grupo criminoso tenha movimentado mais de um milhão de euros e 800 mil dólares, destes quase 400 mil euros e 600 mil dólares foram apreendidos durante a operação", informou, à época, o MPF.
A mansão
A mansão cinematográfica que o libanês construiu em um condomínio de luxo em Valinhos tinha 3,6 mil metros quadrados de área construída, em um terreno de 5 mil m². A moradia luxuosa de dois andares tinha elevador, era adornada por materiais importados, tinha pastilhas com detalhes em ouro, além de muito mármore.
Uma das peças que chamava atenção era uma banheira de ouro avaliada, à época, em R$ 120 mil.
Entre os vizinhos do condomínio, Nasrallah conhecido como o "magnata do petróleo". Esse era o disfarce que Sheik, que segundo a Polícia Federal fez fortuna com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, usava quando estava em Valinhos.
AUTOR: G1/SP
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