Segundo o soldado Josué Pereira, a viatura RD 1169 recebeu uma denúncia de agressão na rua Francisco Faustino de Castro, no bairro Chácara da Prainha, e se dirigiu até o local indicado. Ao chegar na casa, os policiais avistaram pela janela a mulher chorando e gritando por ajuda. A mãe foi encontrada com marcas de agressão, enquanto a criança não tinha indícios de ataque.
Ela informou aos policiais que estava a um ano no Ceará vivendo como vítima de cárcere privado do próprio marido. De acordo com o soldado Josué, o homem deixava a esposa trancada dentro de casa sob ameaça de morte, caso a mulher tentasse fugir ou contasse o que estava acontecendo.
"Ele levava a chave de casa e dizia: 'se você gritar, prefiro ser preso por homicídio do que ser preso na Lei Maria da Penha'", contou o militar. O marido da mulher é da Paraíba e trouxe a família para o Ceará. Ele trabalha como vigilante, segundo informações da vítima.
Conforme depoimento da vítima, desde o começo o esposo foi violento, mas, por medo, ela não teve coragem de denunciar. Natural de Natal, a mulher não tinha contato com os familiares desde a vinda para o Ceará. "Uma vez ela tentou gritar, mas o marido a impediu com uma mordida no rosto, ferindo o nariz e a boca", relatou o soldado.
A composição responsável por libertar a mulher a levou até a Delegacia Metropolitana do Eusébio para registrar o Boletim de Ocorrência (B.O.). Em seguida, ela passou por exames no Instituto Médico Legal (IML). Depois, os policiais levaram a mãe e o filho até a rodoviária João Thomé e compraram uma passagem para uma cidade de outro Estado. Além disso, a equipe da 5ª Cia. do BPCom forneceu dinheiro para alimentação.
Suspeito
O suspeito foi identificado como Danilo. A mulher não soube dizer em qual empresa de segurança o marido trabalhava. Os policiais também não encontraram fotos dele. "Ele trabalha à noite como vigilante em Aquiraz. Até então são as informações que temos. Ela não via nada que acontecia, nem tinha nada do esposo, mas passou as características dele", comentou Josué à reportagem.
Quando os policiais chegaram na casa, o homem suspeito pelo crime de cárcere privado não estava no local. De acordo com o soldado Josué, devido à movimentação, alguém pode ter o alertado sobre a presença da Polícia no local.
O caso será investigado pela Delegacia Metropolitana de Aquiraz. O titular da unidade policial, delegado Lira Ximenes, disse que já recebeu o inquérito e vai dar início a investigação.
AUTOR: O POVO
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