Assassino confesso do cartunista Glauco e do filho dele, Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, Cadu, de 29 anos, foi condenado nesta quarta-feira (26) a 61 anos de prisão em regime fechado por dois latrocínios cometidos em Goiânia. A pena também está relacionada aos crimes de receptação e porte de arma de fogo, segundo informou ao G1 a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Goiás. A sentença foi dada pela juíza Bianca de Melo Cintra, da 5ª Vara Criminal da capital.
As vítimas mortas em assaltos, ocorridos em agosto do ano passado, são o agente prisional Marcos Vinícius Lemes da Abadia, 45 anos, e o estudante de direito Mateus Pinheiro de Morais, 21 anos. Cadu participou de uma audiência sobre os casos na terça-feira (25). Na ocasião, riu e alternou momentos de ironia e irritação.
A magistrada decidiu que Cadu, que está preso no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, não poderá recorrer da pena em liberdade. Ela negou ainda o pedido da defesa para que o condenado fosse submetido a uma nova avaliação psiquiátrica.
Cadu ri durante audiência no Fórum de Goiânia (Foto: Aline Caetano/ TJ-GO)
Na primeira entrevista com os psiquiatras, realizada pela Justiça paranaense, em 2010, ele foi considerado inimputável após ser diagnosticado com esquizofrenia. Porém, neste ano, depois de novos exames feitos em Goiás, ficou concluído que ele poderia responder judicialmente por seus atos.
A magistrada afirmou as provas testemunhais são "robustas e eficientes" para embasar a condenação. Além disso, pesou o fato do laudo balístico comprovar que os projéteis que mataram as vítimas saíram da arma apreendida com Cadu
Cadu foi detido na capital em 1ª de setembro do ano passado, um ano depois de ser liberado pela Justiça para conviver em sociedade. Ele havia sido submetido a internação em clínica psiquiátrica pela morte de Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni Vilas Boas, em Osasco, em 2010.
Irônico em sessão
Na audiência sobre os crimes, o promotor de Justiça Fernando Braga Viggiano apresentou uma carta apreendida com Cadu dentro do Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, onde ele está detido. Segundo o representante do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o réu escreveu que tinha planejado um esquema de roubo de carros, os quais seriam levados para o Paraguai.
Na primeira entrevista com os psiquiatras, realizada pela Justiça paranaense, em 2010, ele foi considerado inimputável após ser diagnosticado com esquizofrenia. Porém, neste ano, depois de novos exames feitos em Goiás, ficou concluído que ele poderia responder judicialmente por seus atos.
A magistrada afirmou as provas testemunhais são "robustas e eficientes" para embasar a condenação. Além disso, pesou o fato do laudo balístico comprovar que os projéteis que mataram as vítimas saíram da arma apreendida com Cadu
Cadu foi detido na capital em 1ª de setembro do ano passado, um ano depois de ser liberado pela Justiça para conviver em sociedade. Ele havia sido submetido a internação em clínica psiquiátrica pela morte de Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni Vilas Boas, em Osasco, em 2010.
Irônico em sessão
Na audiência sobre os crimes, o promotor de Justiça Fernando Braga Viggiano apresentou uma carta apreendida com Cadu dentro do Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, onde ele está detido. Segundo o representante do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o réu escreveu que tinha planejado um esquema de roubo de carros, os quais seriam levados para o Paraguai.
Cadu foi preso após cometer crime em Goiânia (Foto: (PM/ Divulgação)
Interrogado sobre a carta, o acusado negou que a tenha escrito. “Não fui eu quem escrevi a carta, foi Chico Xavier que desceu e escreveu", disse, ironicamente.
Cadu também foi sarcástico em outros momentos. Questionado sobre onde vivia antes de ser preso, ele respondeu que “morava com o Gasparzinho”. Quando o promotor perguntou sobre seu pai, o réu disse apenas que ele era “amigo do Cebolinha”.
O MP pediu a condenação dele por quatro crimes, mas o advogado de defesa de Cadu, Sérgio Divino Carvalho Filho, rebateu a acusação da promotoria. “As provas contra ele são fracas, pois, quando quebraram o sigilo telefônico dele, foi comprovado que no momento dos crimes supostamente cometidos por ele, ele estava em bairros diferentes de onde aconteceram os latrocínios”, alegou o defensor.
No total, apenas seis foram ouvidas, inclusive a namorada do estudante de direito Paula Fernanda de Carvalho Faria. Ela disse que reconhece Cadu como o autor do crime. “Eu vi o rosto dele. Quando ele sacou a arma, eu firmei o olhar no rosto dele”, garantiu.
Em seguida, a mãe do agente penitenciário, Darlene Fernandes D´abadia, prestou depoimento. A mulher disse que o filho coordenava um organização não governamental e era uma pessoa muito boa, que nunca sofreu ameaças. "É muita dor e tristeza. Não sei nem o que falar de tanta saudade", disse a mãe.
Interrogado sobre a carta, o acusado negou que a tenha escrito. “Não fui eu quem escrevi a carta, foi Chico Xavier que desceu e escreveu", disse, ironicamente.
Cadu também foi sarcástico em outros momentos. Questionado sobre onde vivia antes de ser preso, ele respondeu que “morava com o Gasparzinho”. Quando o promotor perguntou sobre seu pai, o réu disse apenas que ele era “amigo do Cebolinha”.
O MP pediu a condenação dele por quatro crimes, mas o advogado de defesa de Cadu, Sérgio Divino Carvalho Filho, rebateu a acusação da promotoria. “As provas contra ele são fracas, pois, quando quebraram o sigilo telefônico dele, foi comprovado que no momento dos crimes supostamente cometidos por ele, ele estava em bairros diferentes de onde aconteceram os latrocínios”, alegou o defensor.
No total, apenas seis foram ouvidas, inclusive a namorada do estudante de direito Paula Fernanda de Carvalho Faria. Ela disse que reconhece Cadu como o autor do crime. “Eu vi o rosto dele. Quando ele sacou a arma, eu firmei o olhar no rosto dele”, garantiu.
Em seguida, a mãe do agente penitenciário, Darlene Fernandes D´abadia, prestou depoimento. A mulher disse que o filho coordenava um organização não governamental e era uma pessoa muito boa, que nunca sofreu ameaças. "É muita dor e tristeza. Não sei nem o que falar de tanta saudade", disse a mãe.
Família do agente prisional chegou ao fórum emocionada (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
O terceiro a depor foi Euriomar Rodrigues da Cunha, que testemunhou o momento em que o agente penitenciário foi baleado. "Não tenho dúvida que era o Cadu. Eu passei muito próximo dele", disse.
Depois foi a vez do delegado Thiago Damasceno ser ouvido. Ele foi o responsável pela prisão do réu, pois avistou o carro roubado de Mateus e iniciou perseguição ao veículo.
Cadu dirigia o automóvel e bateu em um muro. Ele tentou correr, mas foi detido pelo policial militar Wilson Luiz Ávila Júnior, que também prestou depoimento durante a audiência. Inclusive, o PM tinha estudado com Cadu anos antes. A última testemunha que depôs foi o guarda civil metropolitano Rodrigo César Costa de Moraes, que também participou da perseguição a Cadu.
Laudos contraditórios
Laudos médicos expedidos pela Junta Médica do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) consideram Cadu imputável, ou seja, capaz de responder judicialmente pelos seus atos. Em avaliação feita entre abril e maio pelos psiquiatras, o acusado explicou a sensação que sentiu quando cometeu os latrocínios na capital: "O crime é um vício melhor que cocaína".
A conclusão dos psiquiatras goianos é que, na avaliação de Cadu, “não foram verificados indicadores de doença mental que provoque alienação da realidade do tipo esquizofrenia”.
A doença - que não tem cura e provoca alucinações - foi diagnosticada, no entanto, pela Justiça do Paraná, para onde Cadu fugiu após matar Glauco e o filho. Por isso, entenderam, em laudo realizado em 2010, que ele era "inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato".
Por este motivo, Cadu não chegou nem a ser julgado. Por dois anos, ficou internado em clínicas psiquiátricas. A última foi em Goiânia, onde a família dele mora. Em 2013, a Justiça de Goiás decidiu que ele poderia voltar a viver em sociedade, vindo, posteriormente, a praticar os latrocínios.
Mateus de Morais e Marcos da Abadia são supostas vítimas de Cadu em Goiás (Foto: Reprodução/ Fantástico)
Crimes
Marcos foi baleado no dia 28 de agosto do ano passado e morreu após ficar quase um mês internado. Câmeras de segurança flagraram o momento em que ele reage a um assalto e luta com o criminoso, que atira na cabeça do servidor e foge com a ajuda de um comparsa.
Sobre essa acusação, Cadu alegou aos psiquiatras que atirou porque a vítima reagiu. "Você não viu o que ele fez? Ele meteu a mão no meu revólver. Aí já dei dois tiros", afirmou.
Já em relação à morte do estudante de direito Mateus Pinheiro de Morais, de 21 anos, ocorrido em 31 de agosto de 2014, Cadu não explicou em depoimento porque atirou mesmo após a vítima não reagir. O jovem foi baleado quando deixava a namorada em casa, na Rua T-29, no Setor Bueno.
AUTOR: G1/GO
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