PF REGISTRA 11 CRIMES ELEITORAIS EM FORTALEZA (CE)

Pela manhã, a Superintendência da Polícia Federal do Ceará ficou movimentada. Militantes dos dois candidatos foram detidos pela PM e levados para a sede da PF. Destes casos, 11 resultaram em procedimentos Fotos: Natasha Mota

A Polícia Federal do Ceará registrou 11 ocorrências no pleito que ocorreu durante o dia de ontem, na Capital. Até o fechamento desta edição, outras duas ocorrências estavam em análise.

O segundo turno, que elegeu o próximo prefeito de Fortaleza, foi considerado calmo pela Polícia, que já previa um aumento no número de ocorrências, em relação ao primeiro turno, por conta da disputa estar mais acirrada. "O pleito foi mais disputado. É normal que as duas agremiações insistissem na propaganda irregular. Nosso trabalho foi conter esses movimentos", afirmou o delegado Jarderlyer Gomes de Lima, que coordenou a ´Operação Eleições´ da PF.

Segundo o delegado, das 11 ocorrências, nove caracterizaram propaganda irregular e duas boca de urna. As ocorrências em análise remetiam à uma desobediência à Lei Seca, supostamente ocorrida na Avenida Leste/Oeste; a outra se confirmada, se configuraria como a mais grave, pois seria um caso de transporte irregular de eleitores.

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) divulgou balanço com o registro de 64 ocorrências no dia de ontem durante o período da votação, sendo que, sete resultaram em prisões dos acusados. Outros 44 casos de boca de urna foram computados, os demais eram propagandas irregulares.

A filha do deputado José Sarto (PSB), Jéssica Guimarães, foi detida, no bairro Dias Macedo acusada de fazer boca de urna. Ela foi levada à sede da PF, onde foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (T.C.O.). José Sarto esteve no local e esperou pela liberação da filha. Um médico e sua companheira também foram detidos.

O casal estava em um caminhão, portando uma placa e um banner de um dos candidatos, na Avenida Dedé Brasil, nas proximidades da Universidade Estadual do Ceará (UECE), que funcionava como colégio eleitoral.

Denúncias anônimas deram conta de que um oficial da PM tentou impedir um flagrante de boca de urna, em uma escola, no bairro Henrique Jorge e teria sido detido. A PF não confirmou o caso.

Quanto às acusações de militantes de que a Polícia Militar estaria sendo tendenciosa nas detenções por crimes eleitorais, por autuar somente eleitores de um candidato, Janderlyer Gomes negou o fato. O delegado, que recebeu e analisou as ocorrências, afirmou que, na maioria delas, foram caracterizadas ações criminosas. "Em geral, constatamos o que eles trouxeram como irregular. A Polícia não pode se calar diante deste tipo de ato, e, isto não quer dizer que esteja sendo tendenciosa".

O delegado federal Jarderlyer Gomes de Lima, que coordenou a ´Operação Eleições´ da Polícia Federal, considerou o movimento calmo, apesar do aumento no número de ocorrências em relação ao registrado no primeiro turno

Muitas postagens nas redes sociais davam conta de crimes de compra de votos, porém nenhum fato foi confirmado pela PF. "Nenhuma corrupção eleitoral foi comprovada. Para isto era necessário flagrar algum evento desta natureza", afirmou. O governador Cid Gomes esteve na sede da PF no fim da manhã, mas segundo Janderlyer Gomes "na visita não houve nenhuma tentativa de interferência no andamento dos trabalhos".

Autoridades se reúnem para garantir segurança

O secretário Francisco Bezerra disse que diante da grandeza do evento era necessário a equipe especial

Autoridades responsáveis pela Segurança Pública do Ceará estiveram reunidas, enquanto durou o pleito de ontem, na sede da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). O objetivo foi gerenciar e coordenar as operações na Capital.

O secretário de Segurança, coronel Francisco José Bezerra, afirmou que o planejamento é necessário, já que as eleições costumam ser um processo complexo. "Neste período recebemos muitas denúncias que competem à PM, a Polícia Civil e ao Corpo de Bombeiros, então achamos por bem nos reunir para gerenciar tudo isto. Este é um gabinete de controle e comando que tem um link direto com a Ciops e que está totalmente inteirado com o que acontece".

Ainda de acordo com o secretário, a Polícia também se preparou para o pós-eleição, durante a comemoração do candidato vencedor. "Já estudamos o fechamento de vias de acesso e nos preparamos para conter qualquer problema que se ocorra nas aglomerações", afirmou.

Ao todo, 4.370 agentes de segurança, entre policiais civis, militares, além de bombeiros e peritos compuseram o efetivo que esteve nas ruas ontem.

AUTOR: DN